O Evangelho da inclusão: como a Igreja sinodal tornou a expiação de um pecado


Diário de um Católico na Contrarrevolução — Parte 20

Há um novo evangelho sendo pregado nas igrejas — um evangelho doce, sem espinhos, sem cruz. Um evangelho que promete aceitação, não conversão; que oferece consolo, não correção; que distribui misericórdia como anestesia e não como remédio.

Chamam-no de inclusão, mas é, na verdade, a velha tentação disfarçada: a do homem erguendo-se como deus, decidido a reescrever a própria moral em nome da compaixão.

O novo credo é simples: ninguém precisa mudar.

Cristo não redime, apenas confirma. A confissão torna-se terapia, o altar um divã. O pecado é rebatizado como “ferida”, e a penitência é vista como violência espiritual. A Igreja, que um dia salvava os homens de seus pecados, agora se desculpa por tê-los chamado de pecadores.

Essa é a grande inversão: o arrependimento foi substituído pela autoaceitação, a conversão pela celebração.

Os novos doutores da misericórdia pregam que Deus ama o homem “como ele é” — esquecendo que o amor divino nunca foi permissão, mas exigência de transformação. Deus ama o pecador, sim; mas para que ele deixe de ser pecador.

A Igreja sinodal fala em “acolher todos”, mas esquece que acolher sem evangelizar é trair.

Não há caridade sem verdade, nem misericórdia sem justiça. O Cristo que acolheu a adúltera é o mesmo que lhe disse: “Vai e não peques mais.”

O Cristo que comeu com publicanos é o mesmo que os chamou ao arrependimento.

O Cristo que perdoou na cruz é o mesmo que prometeu o inferno aos impenitentes.

Mas a Igreja do nosso tempo quer ser aplaudida, não crucificada.

Quer harmonia com o mundo, e por isso silencia diante do erro.

Quer diálogo com o pecado, e por isso abandona a pregação da conversão.

É a velha tática do demônio: “sereis como deuses” — só que agora em versão pastoral, embalada em sinodalidade e hashtags.

A misericórdia sem arrependimento é a paródia do Evangelho.

E esse falso evangelho — o do homem que se absolve a si mesmo — tornou-se o dogma supremo da Igreja conciliar-sinodal.

Não há mais mártires, há influenciadores nas redes sociais.

Não há mais doutrina, há narrativas.

Não há mais sacerdotes, há gestores da sensibilidade coletiva.

Mas enquanto os templos se transformam em auditórios e as homilias em palestras motivacionais, resta o pequeno rebanho que ainda crê que o Sangue derramado na Cruz não foi teatro, mas preço de salvação.

Resta o punhado de católicos que ainda se ajoelha, não diante da opinião pública, mas diante do Santíssimo.

Resta a fé antiga — aquela que não muda porque vem de Deus, não do consenso.

E é por essa fé que lutamos, ainda que sejamos poucos, ridicularizados e acusados de “fanatismo”.

Antes fanáticos pela verdade do que cúmplices da mentira misericordiosa que o mundo aplaude.

Antes santos aos olhos de Deus do que “inclusivos” aos olhos do inferno.

Por um Católico consciente e atento ao cenário eclesial do Brasil e do Mundo.

 

Nota aos comentadores de plantão

Antes que algum teólogo de rede social venha me explicar “o verdadeiro sentido pastoral da misericórdia” ou acusar-me de “falta de caridade”, aviso logo: caridade sem verdade é sentimentalismo barato.

E se você acha que discordar da Igreja conciliar é ser “contra o Papa”, talvez esteja confundindo fidelidade a Cristo com submissão a um comitê.

Não escrevo pra agradar a bolha clerical — escrevo pra cutucar consciências.

Então, se o texto te incomodou, ótimo.

A verdade, quando é viva, sempre incomoda quem fez amizade com a mentira.