III. O Período de Preparação para a Primeira Profissão
(Noviciado)
Este é o tempo de preparação para a profissão temporária
(117). As comunidades devem ser estimuladas a estender a duração deste período
formativo por um máximo de dois anos ou vinte seções. Contudo a Ordem aconselha
o mínimo de 12 meses e doze encontros. Durante esse tempo, os candidatos serão
instruídos e acompanhados na sua vida de oração, na experiência de fraternidade
e na entrega ao serviço.
Uma vez que esses anos de formação podem ser desafiadores
para certas pessoas, as equipes de formadores e as comunidades precisam ser
pacientes e sensíveis ao crescimento do candidato. O desenvolvimento de uma
espiritualidade mais profunda e de uma vida de oração pode levar a más
interpretações, e, por isso, os candidatos precisam ser observados
cuidadosamente.
Os que entram na comunidade carmelitana leiga buscará
ampliar o conhecimento da história e da espiritualidade do Carmelo. Enquanto
prosseguem no caminho, devem examinar como isso influencia nos diferentes
níveis de sua vida. Crescendo na oração e na experiência comunitária, os
candidatos amadurecem o discernimento da sua vocação carmelita. Como parte da
comunidade, eles poderão se inspirar na vida dos outros membros. A influência é
recíproca, e a própria comunidade e enriquecida e inspirada pelos leigos que se
juntam a ela na caminhada. E importante que a formação seja realizada num clima
de respeito mútuo e espírito aberto; por isso mesmo, se a pessoa identificar
que Deus o/a chama para outra forma de compromisso cristão, a experiência
vivida no Carmelo permanecerá uma profunda fonte de desenvolvimento espiritual.
2. Objetivos
Depois da admissão, que representa uma significativa decisão
do candidato ao Carmelo, ele deve ser ajudado a explorar mais profundamente o
carisma e a espiritualidade da Ordem. Os formandos deverão desenvolver seu
compromisso descobrindo o que significa viver como carmelita leigo. Uma ênfase
particular nesse processo será dada à oração. É nela que o candidato descobrirá
o seu lugar no plano de Deus, aprofundará suas relações com Ele e discernirá se
o Carmelo é o lugar para onde foi chamado. Será estimulado, na sua vida de
oração, que deve ser bem apoiada nos exemplos de algumas importantes figuras do
Carmelo, especialmente a Virgem Maria e o Profeta Elias.
Os formandos serão acompanhados pelo formador e pelo
assistente de formação. Alguns valores básicos do Carmelo, como a fraternidade
e o serviço, encontram sua expressão explícita no relacionamento; para isso, os candidatos
necessitam do apoio de toda a comunidade. Para que sejam capazes de
experienciar esses aspectos da vida carmelitana, os formandos deverão ser
convidados a se engajar em todas as atividades da comunidade. Deverão ser
conscientizados de que fazem parte de um corpo vivo com responsabilidades, bem
como com suas riquezas e seus tesouros espirituais.
No noviciado, período preparatório para a primeira
profissão, pela qual se tornarão membros da Ordem Terceira do Carmo, espera-se
que os candidatos conheçam outras comunidades terceiras e outros ramos da
Família Carmelitana. Para tanto, recomenda-se fortemente que eles compareçam a
eventos como congressos nacionais, encontros formativos, visitas às monjas ou
reuniões com toda a Família Carmelitana. Os retiros organizados pela OTC ou
qualquer outro ramo da Ordem são também um ótimo meio para aprofundar e
desenvolver as relações entre membros de diferentes comunidades leigas, frades
e/ou irmãs religiosas. A oração em comum ajuda a unificar todos os carmelitas e
a focar na espiritualidade e a partilhar valores, mesmo que estes sejam vividos
de diferentes maneiras.
É importante que os candidatos, nesta etapa de formação,
entendam bem a natureza da vocação para o Carmelo leigo. Os terceiros são uma
parte significativa dessa tradicional família religiosa, contudo, isso não
nega, de modo algum, o fato de que permanecem leigos. Ao contrário, vivendo no
seio de uma sociedade secularizada, podem levar adiante sua missão apostólica
de uma forma que não é possível aos religiosos. Até mesmo por esse motivo, os
carmelitas leigos servem de inspiração enriquecedora a outros ramos da Família
Carmelitana.
3. Temas
A admissão ao Noviciado é a primeira decisão séria que o
candidato toma na caminhada até o Carmelo. Durante o tempo entre o ingresso no
Noviciado e a primeira profissão, os noviços deverão ser introduzidos aos
fundamentos da espiritualidade carmelitana. Descobrirão a Regra de Santo
Alberto e a Regra da Ordem Terceira para que entendam melhor a identidade
carmelita. Nesse período formativo, absorverão pouco a pouco os valores e os
elementos característicos da espiritualidade carmelitana. Como os lemas serão
aprofundados no período seguinte da formação, os formadores levarão em
consideração cada tópico de acordo com as necessidades reais dos formandos.
Sob a direção do formador, os noviços continuarão a aprender
os assuntos do período do Postulantado, porém de forma mais aprofundada. São
exigidos os seguintes temas:
3.1 A Ordem:
- A Regra de Santo Alberto (introdução e explanação);
- A Regra da OTC comentada;
- O estatuto provincial, regional e local.
3.2 A espiritualidade e a história do Carmelo
- "Viver em Obséquio de Jesus Cristo";
- O carisma da Ordem (oração, fraternidade, serviço);
- Dimensão orante e contemplativa;
- Palavra – a Eucaristia – Partilha;
- Liturgia das Horas e oração pessoal;
- Lectio Divina;
- Maria (textos bíblicos marianos e textos da tradição carmelita);
- Catequese do Escapulário Marrom;
- Elias (textos bíblicos e outros da tradição carmelita);
- Vida dos santos e beatos carmelitas (ler: A história de uma alma, de Santa Teresinha).
Vida Cristã
- Documento do Concílio Vaticano II. Decreto sobre o Apostolado dos leigos: Apostolicam Actusitatem;
- O Antigo e Novo Testamento, especialmente dos quatro evangelhos.
Compromissos
- Comparecer aos encontros e às sessões de formação;
- Reservar de dez a vinte minutos diários para a oração meditativa e silenciosa;
- Rezar a liturgias das Horas, especialmente as Laudes e as Vésperas;
- Participar da Missa dominical, das festas dos santos e beatos carmelitas. Se possível, Missa diária;
- Praticar a Lectio Divina;
- Visitar com frequência o Santíssimo Sacramento a participar do Sacramento de Reconciliação;
- Usar diariamente o Escapulário;
- Participar do apostolado comunitário.
4. Critérios para discernimento
4.1 Critérios que a comunidade deverá levar em
consideração:
- Espera-se que a comunidade da OTC leve em consideração a natureza do interesse do candidato pela espiritualidade carmelita e assume a responsabilidade no discernimento da vocação;
- Devem ser observados o crescimento espiritual e o compromisso moral;
- A comunidade deve considerará como noviço está vivenciando os diferentes aspectos da espiritualidade no dia a dia;
- Também deve observar a vontade da pessoa para o serviço (não só na comunidade, mas também no mundo) b. Algumas perguntas que os noviços podem se fazer para o próprio discernimento: A experiência vivida no Carmelo transformou minha vida? Como? Observo que minha vida de oração está mais frequente? Já me considero um membro desta comunidade? A experiência vivi no Carmelo está correspondendo a minhas expectativas?
4.2 Requisitos para profissão simples:
- O candidato deve ter cumprido um mínimo de doze meses de noviciado e frequentado doze sessões de formação;
- Ter participado regularmente de encontros da comunidade;
- Ter bom conhecimento da história do Carmelo, do carisma, do Escapulário, da Sagrada Escritura, da liturgia e dos Sacramentos;
- Amar a Igreja e desejar a vida contemplativa;
- Ter prazer em servir, aceitar o outro, e sentir-se bem na vida comunitária.[i]
[i] ORDEM TERCEIRA DO
CARMO. Manual de Formação dos Leigos Carmelitas: Comissão Geral
para o Laicato Carmelita. Etapas no Processo de Formação. Roma: Província
Carmelitana Santo Elias, 2017.
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