V Formação Continuada
1. Descrição
Este período de formação começa logo após a
profissão definitiva e prossegue pela vida inteira. O programa único é
estabelecido pela comunidade à qual pertence o carmelita leigo[i]
e adaptado às necessidades de cada membro, da comunidade e de cada situação.
Para assegurar que a formação continuada é autenticamente carmelita, os
terceiros se esforçarão para aprofundar continuamente seu conhecimento, sua
compreensão desses ensinamentos, sobretudo dos santos do Carmelo com o objetivo
de progredir em sua vida interior de oração e espiritualidade. Os terceiros
reconhecem "nos carmelitas consagrados na vida religiosa, uma válida
direção espiritual"[ii]
para acompanhá-los na caminhada de formação.
Além dos novos itens, específicos para esta etapa
formativa, devem ser revisadas e aprofundados os tópicos das etapas anteriores.
Além das contribuições (frades, monjas, leigos), alguns desses temas poderão
ser muito bem e adequadamente abordados pelos departamentos de educação
religiosa das universidades locais ou dos seminários, que podem indicar
palestrantes para momentos específicos ou para uma sequência de palestras.
O chamado para a Ordem Terceira do Carmelo coloca
os terceiros, como leigos, na linha de frente da Igreja e da sociedade. Esse
caráter dual da vida como leigo comprometido traz desafios e tensões iniciais.
A compreensão da tradição mendicante pode lhes
permitir assumir uma visão mais profunda das vicissitudes da vida como doenças,
privações, rupturas de relacionamentos, desemprego. Viver com essas
dificuldades com fé e esperança pode ser uma experiência formativa pelas quais
suas atitudes e percepções serão mais aprofundados.
Como a formação é um processo contínuo durante toda
a vida terrena, os carmelitas leigos se comprometem a cooperar com o Espírito
Santo. Empregam todos os dons que Deus concede e dão o máximo de si mesmos para
serem o que Deus quer para glorificar a Deus tornando-se pessoas de "vida
em plenitude". Assim, esforçam-se para ter uma vida equilibrada do ponto
de vista físico, intelectual, psicológico, social, emocional tanto como
espiritual. Conforme aprenderam nas primeiras etapas, os terceiros sabem que é
Deus quem toma a iniciativa do processo e que é pela oração e pela graça e pela
prática das virtudes que a transformação acontece. Aprenderam que
"comparecem diante do Senhor de mãos vazias." A concepção da formação
continuada, em que o espírito de Deus "sopra pelas" virtudes que já
tiverem adquirido e espalha o odor deles por onde Deus quer, demonstra a beleza
da compreensão que os carmelitas têm da relação entre contemplação e serviço na
comunidade e o apostolado. Jesus envia os apóstolos para prepararem o lugar
para a ceia; assim os carmelitas leigos também são enviados para preparar um
lugar adequado para a vinda de Deus.
2. Objetivos
Os professos do sodalício assumem sua
responsabilidade de manter em desenvolvimento e aprofundamento a própria vida
como carmelitas. Recomenda-se que cada um tenha um diretor espiritual que o
oriente na caminhada. Essa forma de acompanhamento é muito importante para
ajudá-los na reflexão sobe si mesmos e para encontrar e entender a vontade de
Deus no estado de vida em que agora se encontram. Assim, ajuda a prevenir
contra o egoísmo e a rigidez espiritual.
Os irmãos e irmãs do sodalício serão estimulados a
se colocarem disponíveis para a ação do Espírito Santo e para as nossas
necessidades e transformação do mundo em vivem. Essa tarefa está formulada na
Regra da OTC: "os seculares são chamados, na especificidade de sua
vocação, a iluminar e a dar o justo valor a todas as realidades temporais, de
forma que sejam vividas segundo os valores proclamados por Cristo..."[iii]
Os terceiros são chamados a cooperar com a
dificuldade do Reino de Deus e do carisma do Carmelo. Procuram estimular-se e
expandir esta tarefa de evangelização e apostolado específico do Carmelo. Devem
ser estimulados a comprar a eventos regionais e internacionais da Ordem,
adequados a seu estilo de vida e a ler as publicações carmelitas como a Revista
do CITOC (NT.2) para se informar do que está ocorrendo na Família Carmelitana.
Depois da profissão perpétua, espera-se que irmãos
e irmãs trabalham pelo progresso pessoal na caminhada, irão percebendo que suas
necessidades mudam. Enquanto, naturalmente, vão assumindo maiores
responsabilidades em sua própria vida, vão se tornando aptos a dar uma
contribuição mais amadurecida para a vida da comunidade carmelita local e da
Família como um todo.
3. Temas
3.1 Temas que devem ser incluídos:
- Compreensão da Igreja; modelos da Igreja; a Igreja dos primeiros
séculos; visão geral da história da Igreja; a Igreja contemporânea; o
Magistério e os documentos das conferências episcopais nacionais e
regionais;
- O papel
e a contribuição dos leigos na Igreja: Christifideles Laici. O
povo a serviço: nossa vida como carmelitas leigos na Igreja de hoje;
desenvolver a comunicação e as habilidades de liderança na comunidade;
- Estudo
das Escrituras: a Bíblia e a revelação. Trabalho com Escrituras: Jesus na
Escritura; as comunidades de Marcos e Mateus e dos Atos, de Lucas;
introdução ao Antigo Testamento; ambiente social do cristianismo
primitivo: Coríntios, Atos, Efésios, Jerusalém. A família como base da
comunidade cristã;
- Teologia:
a fé em busca da verdade. O ciclo pastoral. Ouvindo o mundo a que
servimos. Formação para o apostolado. Experiência de serviço na Igreja e
fora dela;
- Doutrina
Social Católica: e sua relevância na vida da comunidade local;
- Justiça,
paz e integridade da criação: o trabalho da ONG Carmelita;
- Espiritualidade:
outras abordagens e modos de orar;
- A
espiritualidade carmelita e os escritos dos santos: Santa Teresa de Jesus,
São João da Cruz e Santa Teresinha. Outros santos e beatos e demais
figuras do Carmelo, sobretudo os que viveram na região da comunidade;
- Ecumenismo:
os documentos e a doutrina da Igreja e o conhecimento das principais
denominações cristãs existentes na região;
- Diálogo
inter-religioso: o que é diálogo, documentos e ensino da Igreja e do
Carmelo sobre o diálogo inter-religioso. Visão geral do ensinamento das
religiões abraâmicas e das principais religiões da comunidade local.
4. Critérios
4.1 Critérios que a comunidade deve ler
em conta
A habilidade para avaliar e corrigir um ao outro
com compaixão.
4.2 Alguns perguntas os membros podem
fazer para discernimento:
- A habilidade de autorreflexão e cooperação com o assistente
espiritual;
- O
reconhecimento da responsabilidade pessoal em relação ao futuro da
comunidade e à sua formação[1].
[1] ORDEM TERCEIRA DO
CARMO. Manual de Formação dos Leigos Carmelitas: Comissão Geral
para o Laicato Carmelita. Etapas no Processo de Formação. Roma: Província
Carmelitana Santo Elias, 2017.
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