Quando a verdade vira crime: a mídia Católica se rende

Diário de um Católico na Contrarrevolução — Parte 3
A queda de John-Henry Westen, cofundador do LifeSite News,
não foi apenas mais uma demissão. Foi uma execução pública eclesial,
travestida de reestruturação. O motivo real? Dizer a verdade sobre a
continuidade da agenda modernista mesmo após Francisco. Westen ousou dizer
em voz alta o que muitos sussurram nos bastidores: que o novo papa, Leão XIV,
não freou a revolução conciliar — apenas trocou o tom, mas manteve o roteiro. E
por isso, foi abatido. Sem dó, sem cerimônia, sem honestidade.
A desculpa oficial foi clichê: queda de audiência, perda de
doadores, problemas financeiros. O pacote completo. Mas documentos internos,
conversas de bastidores e até a escolha das palavras do anúncio deixam claro: o
problema não foi técnico, foi doutrinário. Westen vinha criticando, com
cada vez mais clareza, os frutos amargos da sinodalidade, a Fiducia
Supplicans, os abusos doutrinários e a covardia institucional. Em outras
palavras, estava fazendo jornalismo católico — e isso, hoje, é
inaceitável nas estruturas contaminadas.
O silêncio cúmplice e a traição elegante
A reação de parte da mídia católica foi vergonhosa. Bispos
como Joseph Strickland — embora tradicional em aparência — tentaram
amenizar o episódio, repetindo que não se tratava de perseguição à verdade. Mas
o silêncio sobre os reais motivos, a falta de defesa pública da honra de
Westen, e o uso de termos burocráticos mostram o que está em jogo: ninguém
quer se queimar com Roma.
A nota oficial de Steve Jalsevac, cofundador do LifeSite,
foi um retrato da covardia moderna: palavras vazias, jargões corporativos, zero
arrependimento. E a pior acusação: que Westen “transformou o site numa
plataforma centrada na Tradição”. Como se isso fosse um crime. Como se a
Tradição não fosse o coração da fé católica. Como se defender o Concílio de
Trento fosse ato de extremismo, e não de sanidade espiritual.
Tradição S.A. — A nova face do conformismo
Stephen Kokx, também afastado, foi mais claro: estamos entrando numa nova era da mídia católica. A era da censura eclesial disfarçada de prudência pastoral. Aqueles que antes denunciavam a heresia, agora fazem malabarismos verbais para parecer fiéis, mas sem incomodar os donos da estrutura. Ele chama isso de “Tradição S.A.”: uma marca registrada, domesticada, que se vende como ortodoxa, mas não confronta o erro onde ele realmente está.
E o que fazem com quem ainda confronta? Cancelam. Excluem.
Demitem. Silenciam. Westen é só mais um nome numa lista que cresce. São os que
ousam denunciar que a crise da fé não acabou com Bergoglio — ela apenas
ganhou novas vestes, um tom mais diplomático, e continuou.
Os pequenos que não se curvam
Dom Williamson já havia previsto: a fé sobreviverá em pequenos
bolsões de resistência. Nas comunidades escondidas, nas capelas
improvisadas, nas mídias artesanais. É lá que a Missa de sempre, a doutrina
imutável, o catecismo sem rodapés sobrevivem. Westen não caiu por erro — caiu
por fidelidade. E sua exclusão mostra que os bons estão sendo perseguidos
não pelo que fazem de errado, mas pelo que ainda fazem certo.
A batalha da narrativa é a batalha da fé
Controlar a mídia é controlar o discurso. Controlar o
discurso é controlar a fé. A tentativa de apagar Westen é a tentativa de apagar
o desconforto que ele causava ao denunciar o modernismo institucionalizado. Mas
como ele mesmo disse, e como cremos: a verdade está vindo à tona. E os
que a proclamam, mesmo sangrando, testemunham algo mais poderoso que toda
essa estrutura corrompida: a fidelidade ao Cristo que não muda, não negocia e
não se cala.
Por um Católico consciente e atento ao cenário eclesial atual no Brasil.