Os sustos de Santa Teresa com salamanquesa inclusa

Quem foi que disse que fundar conventos era tranquilo? Nossa querida Santa Teresa de Jesus passou por um daqueles sustos que nem uma vida inteira de penitência e oração faz a pessoa esquecer...

Ela estava viajando, como era costume, por aqueles caminhos empoeirados de Castela. Pararam perto de uma venda — que mais parecia um estábulo do que uma pousada... Quando, de repente... zás! Uma salamanquesa (sim, uma espécie de lagartixa com complexo de ninja) se enfiou entre a túnica e a pele do braço da Santa.

Teresa, com seu humor impagável, chamou aquilo de “desastre”. Mas podia muito bem ter gritado: “apocalipse reptiliano em miniatura!” Ela mesma conta:

“Foi misericórdia de Deus não ser em outra parte, que creio que morreria…”

Imagina a cena: Teresa gritando, o irmão dela age rápido, pega a invasora e a lança como um projétil sagrado... e acerta em cheio na boca do pobre Antonio Ruiz!

E pra completar, Teresa ainda diz que a lagartixa lhes fez muito bem no caminho!

A gente não sabe se ela quis dizer que todo mundo ficou bem acordado depois do susto ou se foi algum sinal do céu... mas a verdade é que nem os santos escapam dos lagartos surpresa.

Isso sim: se São Paulo foi picado por uma víbora e sobreviveu (At 28,3-5), Teresa não ia ser vencida por uma lagartixinha. Mas também... a víbora não se enfiou pela manga, né?

Quem disse que a santidade não tem seus momentos de comédia?

Santa Teresa, rogai por nós... e livrai-nos das salamanquesas!

Baseado numa carta da Santa de 15 de junho de 1576 (Cta 108, 9) Pe. José Vicente Rodríguez – “Os Papiros da Madre Teresa”, Ed. San Pablo