O Oficio de Trevas, rezado na Semana Santa em diversas igrejas do mundo, apesar de não estar prescrito nos livros litúrgicos reformados pelo Concílio Vaticano II, provém de antiquíssimo na tradição na Igreja. Esse Ofício compreende os Salmos e Leituras das Matinas e das Laudes da Quinta-feira "In Coena Domini", do Breviário Romano (Editio XIV Juxta Typicam, Amplificata XII), anterior à reforma litúrgica e deve ser rezado depois do pôr do sol da Quarta-feira Santa e antes do amanhecer da Quinta-feira "In Coena Domini". Também na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo se rezam esse Ofício.
Cabe lembrar que no atual breviário, posterior à reforma litúrgica, é possível, segundo a Santa Sé, fazer um Ofício de Trevas adaptado, usando o Ofício de Leituras e as Laudes dos mesmos dias. Na falta de rubricas específicas, adaptam-se as do rito anterior.
É chamado "de trevas", pois, no decorrer dele, apagam-se sucessivamente 14 velas em memória das trevas que cobriram a humanidade na morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para este fim é usado o candelabro triangular com quinze velas (chamado de tenebrário). A vela da ponta representa o Cristo, e as demais representam os onze apóstolos e as três Marias. Ao final do ofício só a vela que representa Cristo permanece acesa. A escuridão do templo, em quase total penumbra, representa a escuridão da humanidade e o abandono sentido pelo Redentor do Mundo no Horto das Oliveiras.
Como o Ofício de Trevas não está mais previsto no rito atual, há inúmeras possibilidades de fazer um serviço litúrgico com esse nome: o próprio Ofício no rito antigo, a adaptação para o rito atual, e uma para-liturgia usando alguns elementos do rito.
Por um Carmelita Secular da Antiga Observância.
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