Regra do Carmo: Alberto escreve a “forma de vida” e é forma de vida válida para todos


No artigo anterior, tratamos um pouco sobre a longa gestação da Regra do Carmo e os fatos marcantes em sua história e na sua importância a nós Carmelitas Terciários e aos demais, que compõe a grande Família Carmelitana. Hoje, iremos dar continuidade a este percurso histórico da Regra do Carmo, só assim compreenderemos um pouco do longo percurso da Regra do Carmo em conformidade com sua História.

A Regra do Carmo, ela foi escrita em forma de carta, no ano de 1207. Os primeiros destinatários compreenderam que a Carta de Alberto não simplesmente um texto jurídico, entenderam que o texto compõe uma inspiração, que cresceu em sua importância junto aos primeiros carmelitas ao longo dos primeiros quarenta anos de história.

Após o recebimento em 1207, a forma de vida, os primeiros carmelitas começam a se expandirem pela Palestina. Só em 1215, na Europa, diante de muitos movimentos e grupos religiosos, o Concílio Lateranense IV proibiu a criação de novas Ordens e na elaboração de novas Regras. Para isso, os novos grupos que surgissem como Ordem ou Congregação, deveriam unir-se a uma Ordem já existente à época e assumir umas das Regras já aprovadas pela Igreja naquela ocasião. Com esta proibição do Concílio, alguns bispos impediram a expansão dos carmelitas e dificultavam a abertura de novas comunidades.

Com estas dificuldades, os primeiros carmelitas recorreram ao Papa Honório III dizendo que a forma de vida escrita por Alberto era anterior ao Concílio Lateranense. Em sua resposta o Papa não só aprova o texto de Alberto, mas também obriga os carmelitas, “a vocês e a todos que vierem depois” a observância da forma de vida escrita por Alberto. Esta imposição de Honório III demonstra que todos os carmelitas fora do Monte Carmelo observavam a Carta de Alberto não como uma Regra propriamente dita, mas como uma fonte de inspiração. Porém ainda não se sentiam como membros de uma Ordem organizada.

Por causa da resposta do Papa, pouco a pouco, a Carta de Alberto começou a assumir uma importância maior. Ela ajuda o grupo dos primeiros carmelitas a organizarem melhor e verem que a forma de vida seja cada vez mais como uma Regra, válida a todos os Carmelitas.

Continua no próximo artigo. Espero que estejam gostando!




Referência Bibliográfica 

MESTERS, Frei Carlos. Ao Redor da Fonte: Um comentário da Regra do Carmo. Belo Horizonte: Província Carmelitana Santo Elias, 2013.

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