Do Filioque à liberdade de expressão: Leão XIV omite a Doutrina e ignora Kirk

Diário de um Católico na Contrarrevolução – Parte 9

A arte de omitir

Se o modernismo já foi chamado de “cloaca de todas as heresias”, poderíamos dizer que a omissão é a sua liturgia. Não é necessário inventar novos dogmas ou proclamar abertamente erros: basta silenciar, suprimir, diluir. Assim, a fé se evapora como água deixada ao sol, sem estrondo, apenas com a indiferença de quem esqueceu que é responsável por guardar um tesouro eterno.

E foi isso que vimos esta semana: um Papa que prefere o silêncio ao dogma, o sentimentalismo ao martírio, a fotografia ecumênica ao sangue dos confessores da Fé. Do Filioque omitido ao nome de Charlie Kirk abafado, Leão XIV nos mostrou que sua estratégia não é ensinar, mas amputar.

O Credo Desfigurado

Na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, o povo recitou um Credo mutilado. Não se tratou de conservar o texto grego original, como fazem nossos irmãos católicos orientais — fiéis à forma antiga, mas submissos ao dogma definido. Não. Leão XIV deliberadamente suprimiu o Filioque, dogma proclamado em concílios, reafirmado em catecismos, cantado por séculos de liturgia latina.

Esse silêncio não é neutro. É concessão. É o gesto calculado de quem prefere agradar cismáticos a defender a fé católica. O que os mártires defenderam com sangue foi transformado em cláusula opcional, como quem retira uma peça de Lego de uma construção para caber melhor no estojinho ecumênico.

A ironia é cruel: aqueles que outrora gritavam “Christus vincit!” são agora usados como desculpa para um credo “minimalista”, adaptado ao gosto da plateia. Mártires recrutados postumamente para uma causa que jamais defenderiam.

O Evangelho da Migração

Se a fé foi mutilada no Credo, também foi diluída em Lampedusa. O vídeo papal ecoava as mesmas frases de 2013: migrantes como “sementes”, a denúncia ritual de “muros”, e o elogio universal à hospitalidade sem fronteiras.

E Cristo? E a conversão? E a vida sobrenatural? Nada. O Evangelho virou um manifesto humanitário. A herança celebrada não é mais a cruzada dos santos e mártires, mas a sociologia sentimental que transforma o Vaticano em filial da UNESCO.

Aqui, a ironia é ainda mais dolorosa: a ilha que deveria lembrar a barca de Pedro, levando almas à salvação, se converte em altar do globalismo com rosto piedoso.

Uma Teologia para o Mundo, Não de Cristo

Na Pontifícia Academia de Teologia, Leão XIV falou da “sapida scientia”. Bonita expressão de São Tomás, mas arrancada de seu contexto como uma planta sem raiz. A sabedoria que outrora conduzia ao Céu, agora serve para redigir diretrizes sobre inteligência artificial e diálogo inter-religioso.

Cita-se Agostinho e Tomás, mas como mascotes domesticados de um projeto que não é cristão. Quem antes sangrava pelo depósito da fé, agora redige relatórios para congressos acadêmicos.

E não podia faltar Rosmini, o modernista reabilitado. Porque nada diz “tradição” como alguém já condenado pelo Santo Ofício.

Mártires Reescritos, Silêncios Calculados

O golpe mais cruel veio com a redefinição dos mártires. Uma Dorothy Stang — ativista baleada — elevada a ícone, enquanto verdadeiros confessores de Cristo são diluídos em panoramas ecumênicos. Católicos, anglicanos, protestantes: todos cabem na moldura. Mas só se forem politicamente corretos.

Foi aqui que o silêncio de Leão gritou mais alto: nenhuma palavra sobre Charlie Kirk, protestante abatido por professar fé em Cristo e defender a ordem natural contra o delírio de gênero. Se Leão realmente acreditasse em “mártires cristãos não católicos”, teria sido a ocasião perfeita. Mas Kirk não entra no panteão — sua ortodoxia moral o torna inconveniente.

Enquanto isso, o Papa acena com flores a nomes que o mundo aplaude. Não é a verdade que o guia, mas a curadoria seletiva do consenso midiático.

Conclusão: A Exaltação do Homem

O padrão é claro:

  • Filioque omitido.
  • Conversão omitida.
  • Salvação omitida.
  • A Cruz subordinada ao Sínodo.
  • Mártires trocados por ativistas.
  • E Charlie Kirk banido da memória.


Este não foi o triunfo da Cruz, mas da omissão. Não foi a exaltação de Cristo, mas a entronização do homem.

E, no entanto, não desesperamos. A história da Igreja nos mostra que sempre houve pastores infiéis, e sempre haverá santos que resistem. O depósito da fé não está sujeito ao aplauso ecumênico, nem às preferências políticas de quem ocupa a cátedra de Pedro.

O Credo permanece intacto, ainda que mutilado nos lábios de alguns. O Filioque continua verdadeiro, ainda que silenciado em Roma. Os mártires permanecem fiéis, ainda que sejam esquecidos em discursos oficiais.

E nós, pequenos católicos da Contrarrevolução, seguimos confessando o que o Papa não ousa proclamar:

Que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.

Que só Cristo é o Salvador.

Que a Cruz é a nossa glória.

O modernismo pode preferir a omissão. Mas nós preferimos a confissão.

Por um Católico consciente e atento ao cenário eclesial atual do Brasil e do Mundo Católico.