A Nova Fase da Revolução Modernista na Igreja

Diário de um Católico na Contrarrevolução — Parte 1
Durante décadas, muitos de nós soaram o alarme. A fé católica vinha sendo corroída não por inimigos externos, mas por infiltrados que operavam com sorriso pastoral e palavras doces. O modernismo, condenado com clareza por São Pio X como “a síntese de todas as heresias”, não desapareceu: ele se adaptou, se maquiou de diálogo e aggiornamento, e tomou assento nos altares. Mas agora, entramos numa nova fase: a criminalização indireta da Tradição.
O modus operandi é simples, mas eficaz. Os fiéis que
amam a Missa de sempre, a doutrina imutável e os ensinamentos dos santos de
todos os séculos são rotulados como perigosos. Cismáticos, sedevacantistas,
desobedientes, fanáticos. A ideia é sufocar a Tradição, não com argumentos —
pois eles não os têm —, mas com rótulos que deslegitimam. A guerra semântica é
o novo campo de batalha.
Um novo inimigo comum: a fé católica de sempre
Com o declínio da saúde do Papa Francisco, algo sutil e
sombrio começou a se formar: os progressistas e os conservadores conciliares,
antes em guerra de trincheiras, encontraram um novo inimigo comum — os
católicos fiéis à Tradição. Agora, os que mantêm viva a fé recebida dos
Apóstolos são vistos como obstáculos ao novo projeto eclesial.
A estratégia revolucionária ficou clara no caso da Nota
da Arquidiocese de Londrina contra Dom Tomás de Aquino, bispo fiel à
Tradição, celebrante da Missa Tridentina, com vida íntegra e doutrina reta. Foi
tratado como criminoso canônico. Enquanto isso, padres que promovem heresias
explícitas, liturgias sacrílegas e moralidade frouxa seguem impunes — ou são
promovidos. A inversão de valores é total.
A obediência ao erro virou critério de comunhão
Fiéis ligados à FSSPX, ou mesmo à chamada Resistência, são
descritos com desprezo nas mídias católicas oficiais. Não importa se vivem com
devoção, se têm famílias numerosas, se transmitem a fé com zelo: são tachados
de radicais, rigoristas e desobedientes. O critério agora não é mais a
fidelidade à fé, mas a obediência a uma estrutura que já não reflete a
Tradição. Como nos tempos de Santo Atanásio, os fiéis se veem forçados a
escolher entre a verdade e a comunhão com os que a traíram.
O Concílio Vaticano II virou um novo dogma — só que inquestionável
A tentativa de associar qualquer crítica ao Vaticano II como
extremismo ou apostasia mostra o quão frágil é a base desse novo edifício. Se
um Concílio precisa ser blindado de críticas como se fosse infalível em tudo,
então ele já não é mais um Concílio da Igreja — virou um dogma moderno,
superior à Tradição.
Ninguém nega que o Concílio tenha partes boas — mas é
inegável também que seus frutos foram confusão, abusos litúrgicos,
relativismo doutrinal e esvaziamento espiritual. A Igreja pré-conciliar
nunca teria tolerado o que hoje se passa sob o nome de “espírito do Concílio”.
Uma engenharia para sufocar a Tradição
O objetivo final é claro: eliminar qualquer espaço
canônico, teológico e moral para a Tradição dentro da Igreja visível. Não
se quer apenas coexistência entre formas. Querem a substituição total. A Missa
antiga deve desaparecer. A doutrina perene deve ser relativizada. Os santos
devem ser reinterpretados segundo o novo paradigma.
Conclusão: A fé de sempre não será vencida
Estamos diante de um projeto revolucionário, eclesialmente
organizado, que visa reconfigurar o catolicismo a partir de critérios
modernistas. Mas a verdade não se dobra ao consenso. A Missa de sempre
sobreviveu ao paganismo romano, à Reforma protestante, às revoluções modernas —
sobreviverá também à revolução dentro da Igreja.
Este diário é um chamado à resistência fiel, firme e
caritativa. Que cada um de nós seja um novo Atanásio, uma nova Catarina de
Siena, um novo São João Fisher — resistindo até que o esplendor da Verdade
volte a brilhar sem sombras.
Por um Católico consciente e atento ao cenário eclesial
atual no Brasil