Catequese Viva

Numa tarde de domingo, dentro de um templo onde o tempo parece repousar aos pés do Eterno, uma pequena cena se desenrolou como um lampejo de eternidade. Não foi gritada aos quatro ventos. Não teve trilha sonora, nem hashtags. Mas ali, entre o mármore frio do altar e o calor do coração de uma menina, o Céu tocou a terra.
Ajoelhada, com tênis Vans e uma fita no cabelo, ela parecia
saída de qualquer escola primária de bairro. Mas seus olhos — ah, os olhos! —
diziam outra coisa. Diziam que ela sabia. Sabia que aquele homem de veste
dourada e mitra pontuda não era apenas um senhor distinto. Era Pedro. Era
Rocha. Era Pai.
Ela se ajoelhou. Não por capricho. Não por costume. Mas
porque a alma, quando reconhece a Verdade, dobra os joelhos sozinha. E então,
como se a história voltasse à vida, ela levou os lábios ao Anel do Pescador. E
ali ficou. Silenciosa. Serena. Sacra.
Leão XIV, o novo Papa, sorriu com aquela ternura que só os
santos conseguem carregar sem parecer piegas. Ele não disse nada, mas o gesto
falou por ele. Um pastor diante de uma ovelha que sabe exatamente onde está o
aprisco.
A cena durou segundos. Mas ficou gravada como ícone. Era a
tradição vestida de carne. A liturgia acontecendo fora do missal. Era catequese
viva. Humildade, respeito e sacralidade — tudo num só beijo.
Enquanto muitos rasgam vestes pedindo aggiornamento e
reformas, ali estava a revolução que salva: uma criança, ajoelhada diante do
Sucessor de Pedro, lembrando ao mundo que o sagrado ainda respira. E que a fé,
quando é simples, é invencível.
Por seu Irmão Carmelita Secular da Antiga Observância B.