Nossas orações poderão não só ajudá-las, mas também tomar mais eficaz a intercessão dessas almas em favor. Dessa forma, existe muitos meios a serem aplicadas a essas almas:
1º meio: a oração.
A oração, feita diretamente pelas almas do Purgatório, é a súplica de um filho a Deus para que se mostre bom e misericordioso. A uma oração feita assim, no fundo da alma, será Deus insensível? Ademais, a oração, quando parte de um coração puro e é feita com instância, tem por si só, diz S. Tiago, uma força imensa. Eleva-se até o coração de Deus, penetra nesse coração, comove-o, e lhe arranca, de alguma sorte, a despeito de sua justiça, o perdão e a misericórdia.
2º meio: a Santa Missa
É o meio mais eficaz e mais pronto para aliviar e libertar as almas de nossos mortos. A cada Missa celebrada com devoção, diz S. Jerônimo, saem muitas almas do Purgatório. — E não sofrem tormento algum durante a Missa aplicada por elas, acrescenta o mesmo Doutor. Na Missa, é o próprio Jesus que se oferece ao Eterno Pai em troca, por assim dizer, da alma de quem se lhe pede o livramento. Na Santa Missa, é o sangue de Jesus com que se quer libertar, e este sangue tem valor infinito.
3º meio: o jejum e as mortificações
Os atos de mortificação, em geral, nos fazem mais comedidos, mais piedosos e, consequentemente, mais agradáveis a Deus (...) Sofrem essas almas, porque buscaram com sofreguidão os prazeres do mundo, permitidos, sim, mas em certos limites e moderadamente; abandonaram-se a uma curiosidade que feriu a delicadeza de sua virtude, tiveram alguma sensualidade em suas refeições. Sejamos, sobretudo, severos observadores dos jejuns e da abstinência imposta pela Igreja.
4º meio: o ato heroico
Um derradeiro meio que encerra em si todos os outros é o ato heroico, que consiste em aplicar às almas do Purgatório tudo de que podemos dispor em nossas orações e obras pessoais, e ainda em ceder-lhes a aplicação que nos tocar das orações e obras de outros. O ato heroico é o mais próprio das almas que só se julgam felizes quando, depois de haverem dado tudo, dão-se a si mesmas.
Ora, haverá na vida cristã ato mais cheio de verdadeira caridade do que aquele, pelo qual, despojando-nos de todo o mérito satisfatório de nossas orações e boas obras, nós o oferecemos a Deus para que o aplique, ele mesmo, às almas do Purgatório?
Parte do texto extraído do livro: Mês das Almas do Purgatório, da editora Domus Aurea
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