O Leão Ruge, a França Dorme

São João Eudes, São João Maria Vianey - Cura d’Ars, Santa Teresinha do Menino Jesus

Ó França, filha primogênita da Igreja, como foi que tu foste parar nesse atoleiro, hein? Perdida, desgrenhada, embriagada das ideologias que te prometem liberdade mas te acorrentam, que te prometem progresso mas te arrancam as raízes… E no meio desse barulho todo, ouve-se um rugido: o rugido do Leão, não o Leão de pedra das praças revolucionárias, mas o Leão de Judá, que hoje ruge através da voz do sucessor de Pedro — o Papa Leão XIV.

Cem anos depois de São João Eudes, do Cura d’Ars, e da pequena Teresa, a Igreja na França vive um daqueles momentos que os santos chamariam de noite escura. E é nessa noite que o Papa vem, sem floreios, sem diplomacias, dizendo: acorda, França! Não pra olhar para trás com saudade boba, mas pra levantar da cama, sacudir a poeira e retomar o Batismo que te fez quem tu és.

O Papa não está mandando construir monumento, nem publicar biografia em papel couché. Ele está dizendo: fazei os santos conhecidos, fazei o povo redescobrir suas raízes, reconectai-vos à fonte da graça. Porque os santos não brotam do chão feito erva daninha — eles florescem quando há uma terra boa, uma comunidade viva, uma tradição transmitida com amor e verdade.

E cá entre nós: tem coisa mais revolucionária hoje do que dizer que o passado não é lixo, que a herança não é prisão, que a tradição não é inimiga? Em pleno século XXI, falar de raízes, de fé herdada, de memória viva é quase um ato punk. É dizer ao mundo: nem tudo começa e termina comigo, nem tudo é descartável, nem tudo deve ser reinventado.

A esperança não está nos slogans, nem nos progressismos de boutique, nem nas velhas brigas políticas. A esperança está, diz o Papa, no impulso missionário que renasce quando a gente lembra quem a gente é — e França, tu és batizada, filha da Igreja, e teus santos são tua glória.

E no final, enquanto o Papa invoca a benção da Nossa Senhora da Assunção, quase dá pra ver a cena: a França, ajoelhada aos pés da Mãe, lavando suas feridas, pedindo perdão e suplicando um novo começo.

Pois é, minha amiga França, tá na hora de acordar. O Leão tá rugindo. Vai ficar na cama mais quanto tempo?

Por seu Irmão Carmelita Secular da Antiga Observância B.