Os Três Amores Brancos

Os Três Amores Brancos

Vivemos tempos em que tudo é barulho. Gritam as telas, gritam as ruas, gritam os corações inquietos que não sabem mais para onde olhar. Correm atrás de mil promessas, e no fim do dia, só encontram vazio. O mundo, coitado, está como um doente que esqueceu da cura que sempre esteve ali, simples e brilhante como o sol da manhã.

Mas há um segredo antigo, guardado pelos santos, sussurrado pelos anjos e confiado aos pequenos que ainda sabem ouvir. Um segredo branco — da cor da pureza, da paz e da santidade. Os Três Amores Brancos: a Hóstia, a Virgem e o Papa.

Primeiro, a Santíssima Eucaristia, o Amor feito pão. O Deus escondido num pedaço de trigo e vinho, tão pequeno que cabe na boca de uma criança, tão grande que sustenta o universo inteiro. Ir à Missa com amor não é tarefa opcional, é sobrevivência da alma. Visitar Jesus no Sacrário é como ir ao poço da vida para matar a sede, enquanto o mundo se afoga no deserto. E a comunhão espiritual? Ah, é como um beijo enviado ao céu, um fio invisível que liga o exílio à Pátria prometida.

Depois, a Santíssima Virgem. Mãe e Rainha, mas tão humilde que se deixa encontrar no silêncio do Terço rezado na cozinha, na condução, no quarto escuro antes de dormir. Ela é a pureza em pessoa, o sim obediente que virou salvação para todos nós. Quem se consagra a Ela não caminha mais sozinho — vai de mãos dadas com Aquela que esmaga a cabeça da serpente. A Medalha Milagrosa brilha no peito como estrela na noite, e o Escapulário do Carmo é armadura para quem ousa viver limpo num mundo enlameado.

Por fim, o Papa, sucessor de Pedro, a rocha que não afunda, mesmo quando as ondas são altas e o vento sopra forte. Rezar por ele é segurar firme o leme da barca. Ouvi-lo com o ouvido da fé é mais do que dever, é ato de filho leal. Porque amar a Igreja é amar Cristo, mesmo quando a veste da Esposa parece suja aos olhos do mundo. Ser católico é isso: não pular do barco quando as coisas apertam, mas remar mais forte.

Os Três Amores Brancos não são lembranças de um passado que passou. São o remédio certo para curar esta geração doente de orgulho, vaidade e rebeldia. Quem os abraça reencontra o caminho da paz verdadeira, aquela que não passa com a moda, não desaparece com a notícia do dia, não desaba com a primeira tempestade.

Quer salvar o mundo? Não precisa inventar roda nova. Volta aos três brancos. Volta à Hóstia, à Virgem, ao Papa. E então, mesmo que tudo desmorone, tua alma ficará de pé — branca, pura, luminosa, como uma vela acesa no escuro.

Por seu Irmão Carmelita Secular da Antiga Observância B.