5 Santos que lutaram contra os Demônios

O mundo espiritual é real e nele ocorrem verdadeiros combates. Em certas partes da Bíblia são mencionadas as lutas que existem contra o demónio e a carne, porque quanto mais próxima a pessoa está de Deus mais será tentada.
1) São Padre Pio: “Estes demónios nunca deixam de me golpear”
Foi um sacerdote italiano que nasceu no final do século XIX e morreu em 1968. Embora realizasse muitos milagres e recebesse os estigmas, o Padre Pio também sofreu ataques frequentes do demónio.
Segundo o Pe. Gabriele Amorth, famoso exorcista da diocese de Roma, “a grande e constante luta na vida do santo foi contra os inimigos de Deus e as almas, pois tratou de capturar a sua alma”. Desde a sua juventude o Padre Pio teve visões celestes, mas também sofreu ataques infernais. O Pe. Amorth explica:
“O demónio aparecia algumas vezes em forma de um gato negro e selvagem, ou de animais repugnantes: era clara a intenção de incutir o terror. Outras vezes aparecia na forma de jovens raparigas nuas e provocativas, que dançavam de modo obsceno; era clara a intenção de tentar o jovem sacerdote na sua castidade. Entretanto, o pior perigo era quando Satanás tentava enganar Padre Pio aparecendo como se fosse o seu director espiritual ou aparecendo em forma de Jesus, da Virgem ou de São Francisco”.
Esta última estratégia, quando o diabo aparecia em forma de alguém bom e santo, era um problema. Isso aconteceu quando o Padre Pio percebeu que as visões eram falsas: notou certa timidez quando a Virgem e o Senhor lhe apareceram, seguida de uma sensação de paz quando a visão terminou. Além disso, disfarçado de uma forma sagrada, o diabo provocou-lhe um sentimento de alegria e atracção, mas quando ia embora, ele ficava triste e arrependido.
Satanás também buscava feri-lo fisicamente. O sacerdote descreveu estas dores numa carta a um irmão, que era seu confidente:
“Estes demónios nunca deixam de me atacar, inclusive fazem com que eu caia da cama. Também rasgam as minhas roupas para açoitar-me! Mas já não me assustam porque Jesus me ama e sempre me levanta e me coloca novamente na cama”.
Padre Pio é testemunho de que se uma pessoa estiver perto de Deus não terá que temer a presença do demónio.
2) Santo Antão ‘o Grande’: “O leão rugia, desejando atacar”
Este santo viveu durante os séculos III e IV. Foi um dos primeiros monges a retirar-se para o deserto, de modo a viver entregue ao jejum e à oração. A Igreja conhece a sua história graças ao seu biógrafo: S. Atanásio.
“Quando visitávamos Santo Antão nas ruínas onde vivia, escutávamos tumultos, muitas vozes e o choque de armas. Também víamos que durante a noite apareciam bestas selvagens e o santo combatia contra elas através da oração”, conta Atanásio.
Numa certa ocasião, nos seus 35 anos, Santo Antão decidiu passar a noite sozinho numa tumba abandonada. Então apareceu ali um grupo de demónios que o feriram. Os arranhões do demónio impediram-no de levantar-se do chão. O ermita comentava que a dor causada por essa tortura demoníaca não podia ser comparada com nenhuma ferida causada pelo homem.
No dia seguinte, um amigo seu encontrou-o e levou-o ao povoado mais próximo para o curar. Entretanto, quando o santo recuperou os sentidos pediu ao seu amigo que o levasse de volta à tumba. Ao deixá-lo, Santo Antão gritou: “Sou Antão e aqui estou. Não fugirei das tuas chicotadas e de nenhuma dor ou tortura me separará do amor de Cristo”. S. Atanásio relata que os demónios voltaram e ocorreu o seguinte:
Escutou-se uma trovoada, parecia o barulho de um terremoto, que sacudiu o lugar inteiro e os demónios saíram das quatro paredes em formas monstruosas de animais e répteis. O lugar desta maneira ficou cheio de leões, ursos, leopardos, touros, serpentes, víboras, escorpiões e lobos. O leão rugia, querendo atacar; o touro se preparava para atacar com os seus chifres; a serpente arrastava-se procurando um lugar de ataque e o lobo rosnava ao redor dele. Todos estes sons eram assustadores.
Embora Santo Antão arquejasse de dor, enfrentou os demónios dizendo: “se vocês tivessem algum poder, bastava que apenas um de vocês viesse, mas como Deus vos criou fracos, querem-me assustar com a quantidade de demónios. E o que comprova a vossa debilidade é que adpotaram a forma de animais irracionais”.
“Se forem capazes, e se tiverem recebido um poder de ir contra mim, ataquem-me de uma vez. Mas se não são capazes, porque me perturbam em vão? Porque a minha fé em Deus é o meu refúgio e a muralha que me salva de vocês”.
De repente, o tecto do lugar foi aberto e uma luz brilhante iluminou a tumba. Os demónios desapareceram e as dores pararam. Quando percebeu que Deus o salvou, rezou: “Onde estavas? Por que não apareceste desde o começo e me libertaste das dores? ”
Deus respondeu-lhe: “Antão, eu estava ali, mas esperei para ver-te lutar. Vi como perseveraste na luta, e não caíste, estarei sempre disposto socorrer-te e o teu nome será conhecido em todas partes”.
Depois de escutar as palavras do Senhor, o monge levantou-se e orou. Então recebeu tanta força que sentiu que no seu corpo tinha mais poder do que antes.
3) Santa Gema Galgani: “As suas garras brutais”
Esta Santa italiana foi uma mística que teve experiências espirituais maravilhosas.
Numa carta dirigida a um sacerdote escreveu: “Durante dois dias, depois de receber a Santa Comunhão, Jesus disse-me: “Minha filha, brevemente o diabo começará uma guerra contra ti”.
Ela percebeu que a oração era a melhor maneira de defender-se contra os ataques do demónio. Por vingança, Satanás atacava-a com fortes dores de cabeça para impedir que dormisse. Entretanto, apesar das fadigas Gema perseverou na oração:
“Quantos esforços este miserável faz para que eu não reze. Ontem tentou-me matar, e quase conseguiu, mas Jesus veio e salvou-me. Estava assustada e mantive a imagem de Cristo na minha cabeça.”
Uma vez, enquanto a Santa escrevia uma carta, o diabo agarrou a caneta das suas mãos, rasgou o papel e tirou a santa da cadeira onde estava sentada, agarrando-a pelos cabelos com a violência das suas “garras ferozes”.
Ela descreve outro ataque num dos seus escritos: “O demónio apresentou-se diante de mim como um gigante e dizia: ‘Para ti já não existe esperança de salvação. Estás nas minhas mãos! ’ Eu respondi-lhe que Deus é misericordioso e, portanto, nada temo. Então bateu-me na cabeça e disse: ‘Maldita sejas! ’, e logo desapareceu.”
“Quando voltei ao meu quarto para descansar, encontrei novamente o demónio e começou a golpear-me com uma corda com vários nós, e queria que eu gritasse que era fraca. Disse-lhe que não, e bateu-me com tanta força que caí de cabeça no chão. Naquele momento pensei: Pai eterno, em nome do preciosíssimo sangue de Jesus, livrai-me! ”
“Não me lembro bem do que aconteceu. A besta arrastou-me da minha cama e bateu na minha cabeça com tanta força que ainda estou dorida. Perdi os sentidos e caí no chão, mas depois despertei. Graças a Deus! ”
Apesar dos ataques, Santa Gemma teve sempre fé em Jesus. Chegava a usar o humor contra Satanás. Uma vez escreveu a um sacerdote: “Tinha que ver, quando satanás fugia fazendo caretas, morreria de rir! É tão feio! Mas Jesus disse-me que eu não o deveria temer”.
4) S. João Maria Vianney: “Faz porque eu converto muitas almas para o bom Deus”
O Santo Padre de Ars nasceu na França no ano 1786. Foi um grande pregador, fazia muitas mortificações, foi um homem de oração e caridade. Tinha um dom especial para a confissão. Por isso, vinham pessoas de diferentes lugares para confessar-se com ele e escutar seus santos conselhos. Devido a seu frutífero trabalho pastoral foi nomeado padroeiro dos sacerdotes. Também combateu contra o maligno em várias ocasiões.
Uma vez, a sua irmã passou a noite em sua casa, localizada ao lado da igreja. Durante a noite ela escutou raspões na parede. Foi ver o seu irmão João Maria, que estava confessando, e lhe explicou:
“Minha filha, não temas: é o resmungão. Ele não pode magoar-te. Ele procura-me da maneira mais atormentadora possível. Às vezes agarra os meus pés e arrasta-me pelo quarto. Ele faz isto porque eu converto muitas almas para o bom Deus”.
O demónio fazia ruídos durante horas, parecidos aos cristais, assobios e relinchos. Ficava também sob a janela do santo de Ars e gritava. O seu propósito era não deixar que o sacerdote dormisse, para ficar cansado e não ficar durante horas no confessionário, onde salvava muitas almas das garras do maligno.
Noutra ocasião, enquanto o sacerdote de Ars se preparava para celebrar a Missa, um homem disse-lhe que o seu dormitório estava a arder. Qual foi a sua resposta? “O resmungão está furioso. Quando não consegue apanhar o pássaro, ele queima a sua gaiola”. Entregou a chave para aqueles que iam ajudar a apagar o fogo. Sabia que Satanás queria impedir a Missa e não o permitiu.
Deus premiou sua perseverança diante das provações com um poder extraordinário que lhe permitia expulsar demónios das pessoas possuídas.
5) Santa Teresa de Jesus: “Os seus chifres estavam ao redor do pescoço do sacerdote enquanto celebrava Missa”
Esta reconhecida doutora da Igreja e mística teve muitas visões espirituais. Durante as suas orações e meditações, o demónio aparecia-lhe.
“Uma forma abominável”, escrevia, “a sua boca era horrorosa”. “Não tinha sombra, mas estava coberto pelas chamas de fogo”.
O demónio causava-lhe também fortes dores corporais. Numa ocasião atormentou-a durante cinco horas enquanto estava em oração com as suas irmãs. A Santa permaneceu firme para não as assustar.
Um dia “viu com os olhos da alma dois diabos que tinham os seus chifres ao redor do pescoço do sacerdote enquanto celebrava Missa”.
Mesmo para ela, estas visões eram estranhas. “Poucas vezes vi o demónio em forma corporal, frequentemente não vejo a sua aparência física, mas sei que está presente.
Quais eram as suas armas contra as forças do mal?
A oração, a humildade e a água benta. Santa Teresa dizia que esta última era uma arma eficaz.
Uma vez estava num oratório e o demónio apareceu ao meu lado esquerdo. Ele disse-me que agora me livrei das suas mãos, mas que ele me apanharia novamente. Ela assustou-se e benzeu-se. Entretanto, Satanás continuou perturbando-a e Teresa tomou um frasco de água benta e derramou a água sobre ele. Daí em diante nunca mais voltou.

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