Momentos de luto, como este, pedem mais oração e silêncio do que palavras. E, no entanto, não podemos deixar de dizer algumas delas, pois a morte de Dom Henrique Soares deixa perplexos a todos nós, católicos do Brasil.
Momentos de luto, como este, pedem mais oração e silêncio do
que palavras. E, no entanto, não podemos deixar de dizer algumas delas...
A morte de Dom Henrique Soares deixa perplexos a todos
nós, católicos do Brasil. Sim, sabemos, estamos sujeitos ao mesmo fim, e
ninguém está imune a doença alguma. E, no entanto, quando um dos nossos é
vitimado fatalmente pela enfermidade, surpreendemo-nos, abatemo-nos,
enlutamo-nos.
Não é correto dizer que perdemos um grande
bispo, porque quem quer que morra no Senhor não se perde,
absolutamente. E, no entanto, desde já nos pesa a ausência deste homem
tão querido, que com sua fé iluminava o Brasil inteiro, que com sua
caridade abrasava os corações todos que o ouviam, seja de perto, em sua
diocese, seja de longe, através da internet.
Pouco depois da notícia de seu falecimento, começaram a
circular inúmeros vídeos seus falando da realidade da morte. Em
todos eles, muita lucidez, muita serenidade e, sobretudo, muita
catolicidade: quem quer que o ouvia pregar tinha a sensação de poder como
que tocar com as mãos as verdades da nossa santa religião.
Ainda antes de o coronavírus fazer suas primeiras vítimas no
Brasil, ele, que infelizmente viria a ser vitimado pelo mesmo vírus, manifestou
em seu Facebook estar bastante consciente do quão maiores são os perigos
espirituais: “Que vírus perigosos, estes: o mundanismo, o relativismo, a
impiedade, o secularismo, a perda do sentido do sagrado, a imoralidade, a
vulgaridade... Vírus que provocam a morte da alma! Sobretudo
destes, livre-nos o Senhor nosso Deus!”
Muito nos consola saber que Dom Henrique morreu como
viveu: segundo comunicado da família, ele “fez questão de enfatizar, antes
da entubação, com a firmeza da sua têmpera e profundidade da sua fé, que estava
espiritualmente bem, inteiro, nas mãos de Cristo”.
Grande esperança nos dão, também, as datas dos últimos
acontecimentos da vida de Dom Henrique. Atendendo à súplica que todos fazemos
na saudação angélica, a Santíssima Virgem velou pela morte de seu filho
com verdadeira delicadeza de mãe: Dom Henrique foi entubado no dia de Nossa
Senhora do Carmo e faleceu no dia mariano por excelência: o sábado.
Diante disso, só o que nos resta é repetir as palavras
do Apocalipse: “Felizes os mortos que doravante morrem no Senhor.
Sim, diz o Espírito, descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os
seguem” (14, 13).
Bem-aventurado Dom Henrique, sim, mas por ora ficam
em nós a dor e o abatimento. Bem-aventurado Dom Henrique, sim, mas nem por isso
o privemos do consolo das nossas orações: “Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno.
E que a luz perpétua o ilumine. Requiescat in pace.”
Amém, amém.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
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