A Narrativa do Coronavírus e a Sua Metodologia Demoníaca – Pe. Peter Heers
Neste episódio, os seguintes tópicos são abordados:
- Que
tipo de crise é esta?
- Isto
é uma pandemia?
- O modus
operandi do Inimigo (o Diabo)
- O
programa de três passos
- A
dialética marxista em funcionamento
- Exemplos
de terrorismo:
- O
totalitarismo de Yuval Noah Harari
- O
alarmismo de Neil Ferguson
- A
história 30 vezes maior da ONU
- A
contagem de mortes como anúncios onipresentes
- Cultivando
o medo da morte
- A
solução final
- O
caminho do Inimigo e O Caminho
Transcrição
1º de maio de 2020
Episódio 11
A Narrativa do Coronavírus e a Sua Metodologia Demoníaca
Hoje no podcast Orthodox Ethos, A
Narrativa do Coronavírus e a Sua Metodologia Demoníaca.
Hoje estamos enfrentando uma crise. Isso é indiscutível. A
questão é: qual é a natureza dessa crise? A palavra crise significa, em grego,
divisão ou separação. Nossa crise não é, na verdade, o que a maioria das
pessoas está dizendo hoje — que é uma crise sanitária do corpo humano.
Pelo contrário, é uma crise que divide os que crêem e são
fiéis, não temerosos, não tímidos — os que têm o temor de Deus e não o medo da
morte —, e aqueles que têm medo de andar na contra-mão do mundo, de ir contra a
narrativa que é apresentada: os evidentes exageros que são dados para fechar
igrejas, impor medidas injustas e desnecessárias que violam a nossa consciência
como cristãos e também os nossos direitos como cidadãos.
Em meio a tudo isso, devemos sempre lutar para manter
o phronema ortodoxo correto, o discernimento necessário para
entender todas as várias visões à direita e à esquerda, para reter o caminho
real. Devemos lutar para permanecermos no caminho real em meio a essa histeria
coletiva, confusão, notícias falsas e boatos.
Para começar, vejamos o termo usado para essa crise. Ela é
chamada de pandemia. É um termo grego, que significava e que sempre foi usado
para significar o que afeta todo o povo, pandemia é todo o
povo: pan (todo) + demos (povo).
Os números realmente justificam esse termo? Não, não
justificam. E está sendo cada vez mais demonstrado de diversos modos, por
diversos estudos, que os números não justificam o termo. E, especialmente,
compare-os com pandemias passadas: não estamos realmente enfrentando algo como,
por exemplo, o que Justiniano enfrentou em seu tempo, ou como a epidemia da
gripe de 1918.
Quando olhamos mais profundamente para a metodologia que
está sendo implementada para mudar a sociedade e a maneira como vivemos,
incluindo a maneira como vivemos como cristãos ortodoxos e a nossa identidade
como cristãos ortodoxos, podemos ver todas as impressões digitais do Diabo em
todo esse processo, esse modo de vida para o qual todos estamos sendo empurrados.
E o aspecto número um de sua identificação, a maneira como
sabemos que é a sua metodologia, é o medo. Ele sempre usa o medo. Ele trabalha
incutindo medo e manipulando a humanidade através deste medo: medo da morte,
medo do sofrimento, medo da perda daquilo a que estamos apegados neste mundo,
sejam coisas materiais ou mesmo outras pessoas.
Em sua guerra contra Deus e a Sua imagem — o homem — ele
passa por vários estágios. Pode-se analisar isso da seguinte maneira:
Ele provoca, antes de tudo, um choque — ekplixsi,
diríamos em grego. Ele gera assombro nas pessoas. Ele provoca uma ameaça
repentina e inesperada, que congela os homens em seus lugares. E é mais ou
menos como o choque e o temor que são usados nas guerras militares modernas.
Esse é o primeiro passo. Todo mundo fica desorientado. Todos
os líderes da Igreja disseram, na Grécia e em outros lugares, que essa coisa
toda progrediu com tanta rapidez que ficaram muito desorientados e não souberam
direito como reagir. E isso é um sinal de algo que o Diabo faz para alcançar o
seu objetivo.
E o próximo estágio é a kataplexia: traumatizar
e infligir uma ferida mental ou espiritual nas pessoas que o Diabo está
tentando tornar submissas a ele em vez de submissas a Deus.
E nesse estado de coisas somos despojados de nossa motivação
e de nosso objetivo. Ficamos desorientados e, depois, como que imobilizados
também.
E então, uma vez que estivermos nesse estado, o próximo
estágio será a tromokratia, uma espécie de reino de terror ou medo
que chega e que o Diabo tenta provocar na sociedade para governar através do
medo, para que fiquemos todos com medo e, conseqüentemente, façamos coisas que
normalmente não faríamos, que não gostaríamos de fazer e que a nossa
consciência diz para não fazermos.
O Diabo é o verdadeiro terrorista, o primeiro dos
terroristas. Ele é o pai dos terroristas. O Cosmocrator é o governante do
mundo, em oposição ao Pantocrator, que é o nosso Senhor e nosso Deus, o
Governante de Tudo. O governante do mundo governa através das paixões — “o
mundo” diz respeito ao mundo das paixões, e as pessoas vivem de acordo com as
paixões. É ele quem está por trás das paixões; os demônios estão por trás das
paixões e governam através da submissão às paixões. O Pantocrator, o Governante
de Tudo, está acima disso tudo e não governa, é claro, através do medo ou das
paixões; é exatamente o contrário.
Então, esse Cosmocrator usa o cratos, ou o
Estado, os poderes deste mundo, os governantes deste mundo — principalmente os
que estão afastados de Deus, é claro —, numa inversão da autoridade orientada
por Deus. Esses são os séculos XIX, XX, XXI, e estamos vivendo, em geral, quase
universalmente em sociedades nas quais a autoridade ordenada por Deus e ungida por
Deus foi derrubada e tudo foi invertido.
Então ele usa, acima de tudo — e usará especialmente no fim
dos tempos, com o Anticristo —, esses meios para fazer avançar o seu plano,
para ocasionar a submissão das pessoas por meio do seu ungido, o Anticristo,
aquele que se coloca no lugar de Cristo e oferece não a salvação do pecado e da
morte, mas a salvação neste mundo para os propósitos deste mundo, o que é
realmente a condenação, no fim das contas.
Isso fica evidente nesse caso; fica óbvio, quando se olha
para a história do terrorismo patrocinado pelo Estado nos últimos cem, cento e
vinte anos, que o Inimigo estava por trás da perversão e ascensão do Estado e o
submetendo aos seus objetivos.
Você vê isso nos genocídios na Ásia Menor, depois nos
Estados totalitários que surgem na União Soviética e na China comunista, na
Alemanha fascista, na Itália e em todo o mundo, através do comunismo.
E assim também nos nossos dias o poder estatal é usado de
maneira terrorista. Então, este é o seu modus operandi: o medo. É
claro que ele faz isso caso a caso, mas ele também progride e vai o máximo
possível para o âmbito estatal.
Temos de estar cientes, vigilantes e entender isso. E
qualquer um que tenha estudado a Igreja Ortodoxa sob o comunismo, tem plena
consciência de que nós, ortodoxos, temos muita experiência. A Igreja Ortodoxa
tem mais experiência que qualquer outro organismo cristão em termos de como o
Estado é manipulado e usado para fins demoníacos.
Regimes notoriamente totalitários como o comunismo
desmoronaram, em sua maioria, não inteiramente, e de modo algum a metodologia
do maligno, que foi utilizada por esses regimes, morreu com eles. Pelo
contrário, a dialética marxista tem sido adotada e implementada em todo o mundo
e prossegue através da academia.
Qualquer um que siga o trabalho daqueles que resistem a essa
dialética — pessoas como o Jordan Peterson, por exemplo, que é popular e que,
infelizmente, não é um cristão ortodoxo —, percebe que essa dialética marxista
está atuando em todo lugar.
E o que é isso? Temos de ter isso em mente ao tentar
interpretar a crise que enfrentamos. É tese, antítese e síntese. Ou, para
colocar de modo mais simples, problema, reação e solução. Existe um problema
que é criado, uma reação que é provocada e, em seguida, uma solução que é dada.
E é assim que se passa de um estado de coisas na sociedade
com o qual não se está feliz — quando se é parte dessa classe dominante, ou do
que quer que esteja tentando mudar o status quo — para outro
estado.
Como isso acontece? Temos de passar por uma crise, uma
separação, uma oposição, a fim de oferecer então uma nova solução, um novo
estado de coisas. E isso está muito claro agora que esses pensadores de
inspiração demoníaca em nossos dias estão usando essa metodologia bem na nossa
frente.
Nada disso, é claro, é semelhante a Deus, inspirado por
Deus. Deus e Seus Santos nunca forçam, nunca incutem medo para uma pessoa
entrar no Reino de Deus, nunca aterrorizam. Nosso Senhor dá exemplos. Como Pai
amoroso, Ele nos chama. Ele não pressiona, não manipula.
Não importa quantos são os Meus discípulos, diz
Ele, vocês são livres. Peguem as suas cruzes, se desejarem
ser Meus discípulos, se quiserem ser salvos. A liberdade da pessoa
humana é dada por Deus e é muito valiosa para Deus. Então, quando vemos a liberdade
sendo violada e uma pressão chegando para haver uma mudança repentina na
sociedade, sabemos que isso não é de Deus; é do Inimigo.
Alguns exemplos de pressão e de terror psicológico que estão
sendo infligidos às pessoas neste exato momento, durante esta crise: desde o
início, quase imediatamente, surgiram vozes, como vindas do nada, em grandes
publicações como o Financial Times e disseram que tudo mudou,
que a vida nunca será a mesma, que a vida como a conhecemos acabou. Por quê?
Por causa de uma doença? De uma doença que não é sequer uma pandemia?
Certamente é uma crise sanitária, mas não uma pandemia.
Por causa dessa doença, por que tudo deve mudar? Não importa
o quão ruim seja a doença, por que mudaríamos a nossa vida, e especialmente a
nossa vida em Cristo e a nossa vida na Igreja?
Talvez o mais notável e famoso dos que estão empurrando essa
narrativa de mudanças enormes da noite para o dia — mudanças das quais nunca
poderemos voltar —, é um professor de História da Universidade Hebraica de
Jerusalém, um escritor de renome. Ele escreveu muitos livros. O seu nome é
Yuval Noah Harari.
Você pode pesquisar sobre ele. Ele é muito conhecido pela
elite e é lido por ela. Ele se tornou uma espécie de voz visionária da elite.
Seus livros se tornaram best-sellers do New York Times, e ele tem o
apoio de pessoas como Barack Obama e Bill Gates. Isso já diz de onde ele vem.
No seu livro de 2017, Homo Deus, ele argumenta
que não há Deus, nem alma, nem livre-arbítrio. Que maravilha de coisa
demoníaca! Para ele a vida é meramente uma sucessão de reações químicas,
algoritmos que interagem e evoluem com a natureza. Ele acredita que a
humanidade tecnologicamente capacitada acabará se tornando deuses imortais.
Imediatamente após a erupção da crise ele emitiu uma
avaliação pós-crise e pós-coronavírus e foi destaque no Financial Times.
E eis aqui apenas um capítulo, um pequeno parágrafo — e não tudo o que ele diz
— que salta à vista. É espantoso, em primeiro lugar, que ele diga isso e que as
pessoas o escutem e o levem a sério.
Em um parágrafo intitulado Vigilância debaixo da
pele ele diz:
“Para parar a epidemia, populações inteiras precisam cumprir
certas diretrizes. Existem duas maneiras principais de se conseguir isso. Um
método é o governo monitorar as pessoas e punir aquelas que violarem as regras.
Hoje, pela primeira vez na história da humanidade, a tecnologia possibilita
monitorar todas as pessoas o tempo todo. Cinqüenta anos atrás a KGB não podia
seguir 240 milhões de cidadãos soviéticos 24 horas por dia, nem ter a esperança
de processar efetivamente todas as informações coletadas. A KGB contava com agentes
e analistas humanos, e simplesmente não podia colocar um agente humano para
seguir todos os cidadãos.” É como se ele estivesse lamentando isso. “Mas
agora os governos podem contar com sensores onipresentes e algoritmos poderosos
em vez de fantasmas de carne e osso.”
Impressionante. Então esse é o modo de pensar das pessoas
que passaram da luz para as trevas. A primeira observação dele é que o
coronavírus mudará radicalmente a economia, a política e a cultura em um curto
espaço de tempo, se as ordens mundiais agirem rápida e decisivamente. Veja como
tudo tem de acontecer rapidamente, sem dar tempo suficiente para a crise
passar.
“Temos que aproveitar isso.” — este é um dos pontos
principais dele. Ele diz que a crise “avançará o processo histórico”, algo que
eles querem muito que aconteça. Querem acelerar a mudança e eliminar os últimos
vestígios da antiga ordem. Permitirão que os funcionários conduzam experimentos
em massa usando “tecnologias perigosas”, e decisões cuja deliberação
normalmente levaria anos ou décadas serão “aprovadas em questão de horas.” É
nesse clima de pânico que as pessoas aceitarão medidas que “nunca aceitariam em
tempos normais”.
Essa é a metodologia demoníaca, se é que alguma vez eu a
ouvi, a vi ou a li. É assim que os demônios querem trabalhar. Querem nos levar
a um estado de submissão, a uma queda, o mais rápido possível, antes que
tenhamos tempo para orar ou reconsiderar as coisas, e então você terá, é claro,
que viver com esse novo estado de coisas.
Eles não querem voltar à normalidade. E isso está evidente
em seus escritos e até nos meios de comunicação de massa. Eles não querem
voltar à normalidade. Querem uma ordem diferente que reflita a sua visão de
mundo.
O futuro não é apresentado como uma escolha, mas como um
fato. “Será assim”, dizem eles. “A crise se imporá rapidamente às nações, não
há como voltar atrás e a antiga ordem acabou.” E essa narrativa encontra-se na
avalanche diária de notícias. É fácil encontrar as medidas, os métodos e os
objetivos que Yuval Noah Harari entrelaça no seu artigo sobre a crise.
Um editorial recente do Wall Street Journal,
escrito há algumas semanas pelo antigo e conhecido defensor da nova ordem das
coisas, Henry Kissinger, repete a idéia de que a crise alterará para sempre a
ordem mundial.
Assim, desde o início, houve o alarmismo da elite e do establishment.
Vemos isso também no muito elogiado e citado professor Neil Ferguson, do
Imperial College de Londres. Ele previu, e muitas pessoas o ouviram, que o
número de mortes por coronavírus seria superior a dois milhões nos Estados
Unidos. Dois milhões são centenas de porcentagens além do que acabou sendo, do
que ainda é neste exato momento.
Ele chegou ao número presumindo que a infecção seria quase
universal e que a taxa de mortalidade seria alta, o que seria, obviamente, uma
eventualidade aterrorizante.
Mas, ao mesmo tempo, houve outro epidemiologista, John
Ioannidis, professor de grego em Stanford, que disse exatamente o contrário, e
ninguém prestou atenção. Ele disse que haveria uma taxa de mortalidade de 0,5 a
1%, não muito diferente da gripe comum. É claro que o coronavírus não é a gripe
comum; ele tem características diferentes — ele está infligindo mais
idosos que jovens, mais homens que mulheres, e há muitas outras coisas que as
pessoas ainda estão aprendendo sobre ele.
Mas todas as tendências de dados desde meados de março
mostram que o professor Ferguson estava muito errado e o professor Ioannidis
estava muito certo. E, no entanto, ainda não houve nenhum recuo. Não há
arrependimento da parte daqueles que estavam pressionando por mais medidas,
medidas contínuas, igrejas fechadas, e tudo mais.
E isso se deve em grande parte a uma mídia irresponsável e
até a uma mídia que está cumprindo uma agenda. Ela traz o medo — a marca
do demônio em nossa vida — e todo mundo se encolhe.
Um jovem médico morreu em Wuhan; portanto, o vírus é mortal
e perigoso para todos; os hospitais italianos estão lotados; portanto, temos
uma pandemia que está além de qualquer proporção épica; a China teve sucesso
com as medidas draconianas; portanto, todos têm que seguir medidas de um Estado
totalitário em todo o mundo.
Essa narrativa de pandemia continua. Quanto ao embasamento
científico, racional, vamos dar um passo de cada vez e observar a abordagem dos
números que, em geral, ainda não está sendo ouvida.
Estamos nos lançando num penhasco com esse confinamento em
massa e, no entanto, isso realmente se justifica? Na época, no início desses
avisos emitidos, o Departamento Internacional de Saúde das Nações Unidas
presumia uma taxa de mortalidade 20 a 30 vezes maior do que a que agora parece
ser realista. Mas quem exatamente é esse Departamento Internacional de Saúde da
ONU?
Essas são as mesmas pessoas, o mesmo grupo de intelectuais,
a elite que está pressionando. Inclusive na Grécia, agora mesmo, o governo está
sendo pressionado e está pressionando para introduzir um programa de educação
sexual perverso e muito destrutivo espiritualmente. Em que nível? Desde bebês
até criancinhas de quatro anos de idade. Basicamente, desde o nascimento até os
quatro anos de idade. Querem que as pessoas em todo o mundo adotem a educação
sexual da ordem mais perversa, a qual inclui o auto-abuso ou onanismo e o
transexualismo desde o início.
Esse é o tipo de pessoa em que nós, como cristãos ortodoxos,
não podemos ter nenhuma confiança — é claro! Não podemos confiar nas avaliações
deles. E, no entanto, estamos caminhando no mesmo sentido das massas, seguindo
essa narrativa de medo e escutando pessoas que fazem forte oposição à
sobriedade e pureza espirituais básicas, como se elas fossem verdadeiras
autoridades.
Estamos sendo empurrados para um regime de controle social
sem precedentes em nossa história. As igrejas precisam resistir. Precisam ficar
de fora, não seguir esse processo e não fazer parte dessa narrativa.
Como cristãos ortodoxos, não podemos participar dessa
aterrorização das massas pela histeria do medo da morte. Não podemos ter nada a
ver com isso. Isso é projetado para estimular a obediência, a submissão às
restrições de livre circulação, entre muitos outros motivos, se dermos ouvidos
a pessoas como esse professor.
E essa idéia de algum modo é razoável para muitas pessoas.
Mas essa idéia não é nada razoável. Existe uma tremenda hipocrisia e uma dupla
moral que revela a falta de sinceridade e a tendenciosidade. Apenas um exemplo:
as igrejas estão fechadas, as clínicas de aborto estão abertas. As igrejas são
consideradas não-essenciais, as clínicas de aborto são consideradas essenciais.
Do que mais precisamos para ver que isso está podre? Toda essa abordagem é
profundamente falha e de inspiração demoníaca.
Passemos para outro exemplo de alarmismo que está
acontecendo na sociedade: a contagem diária de mortes chega até você como
chegam os anúncios. Se você for ao YouTube, verá vídeos de mapeamento de mortes
que aparecem sem você nem se inscrever. Você vê o mapa de calor de onde as
pessoas estão doentes, onde as pessoas estão morrendo.
E a pergunta é: por quê? Para quê? Por que todos nós temos
que saber quando a última pessoa ficou doente e morreu? Isso funciona como
alarmismo, na maioria das vezes.
E quanto ao medo da morte? O medo da morte está sendo
literalmente cultivado, e a morte é considerada a pior eventualidade possível.
Mas será que é? A morte é a pior coisa que pode acontecer com você? Como
cristãos ortodoxos, sabemos que não é esse o caso. A morte é uma porta que nos
é aberta para a vida eterna. Não temos medo dela, se somos cristãos ortodoxos.
Até alguns anos atrás, mesmo os patriotas, os que amavam o
seu país — talvez ainda existam em alguns lugares do mundo —, iam à Primeira ou
Segunda Guerra Mundial e morriam pelo seu país.
Certamente consideravam a covardia ou a fuga pior do que
morrer. A morte não era a pior coisa para eles, mas não apoiar e defender seu
país era pior do que a morte. Então, a morte não é a pior coisa. É, sim, para
aqueles que se apegam a esta vida passageira. Se esta vida é tudo o que existe,
é compreensível que alguém considere a morte o pior acontecimento possível.
Mas se essa pessoa parar e pensar um pouquinho,
profundamente, que, se esta vida é tudo o que existe, então ela é em si mesma
vazia de significado e de valor. Portanto, não é razoável, para quem acredita
nisso, considerar a morte o maior dos males. Se uma pessoa tem que pôr de lado
Deus e a eternidade, não há unidade interior nos pensamentos dela, nem
consistência nesta vida. E é exatamente isso que estamos testemunhando.
Outro exemplo: a única solução será a vacinação em massa,
caso contrário, estaremos perdidos, estaremos mortos. Se você não se submeter
às vacinas, não poderá viver em sociedade e viajar.
Eu vi ontem, na televisão grega, um apresentador ficar irado
só de pensar que pessoas não aceitariam as vacinas, e ameaçá-las com prisão ou
ostracismo social não é algo que é uma fantasia, ou que está longe. Podemos ver
isso neste exato momento, bem na nossa frente.
Quero citar o final de um editorial muito bom do editor
do First Things online. Acho que está bem colocado. Ele diz
(para resumir essa parte de nosso programa hoje): “Os especialistas, os
profissionais, os burocratas e as autoridades públicas que fizeram isso
conosco” —, os que traficaram essa narrativa de medo —, eles “têm incentivos
enormes para se unir e dizer: ‘Não é sensato dizer às pessoas que o perigo
nunca foi grave e agora já passou.’ Sustentar essa narrativa de coronavírus” —
essa narrativa de medo — “exigirá muitas mentiras.. Já exigiu muitas
mentiras” E termina, dizendo: “Cabe a nós insistir na verdade.” De fato. Nosso
papel neste mundo é estar sempre de pé e confessar a verdade, e apontar para a
Verdade enquanto pessoa, levar as pessoas da verdade enquanto idéias para o
plano de abraçar a Verdade enquanto pessoa, que é o próprio Cristo.
Esses são alguns dos exemplos que podemos observar nesta
crise. Tudo isso indica, reitero, uma metodologia do Inimigo. Você nem
precisa chegar à questão dos dados e avaliações. Se você sabe como o Inimigo
trabalha e como o nosso Senhor trabalha, você pode ver que a verdadeira crise,
a verdadeira crise pela qual o nosso Senhor está nos permitindo passar e
enfrentar, é uma crise espiritual — a fé ou a falta de fé; a confiança, a
devoção à verdade, a sabedoria, o caminho da Igreja, a Tradição, ou o medo, a
confiança no mundo, nos seus especialistas, nos seus poderes de inovação, de
abandono da verdade. Parece que, desde que demos direitos ao Inimigo, em razão
do nosso medo e da nossa falta de fé, dias piores virão.
Dias piores, inclusive para os cristãos ortodoxos, pois o
objetivo do Inimigo não é simplesmente fazer as pessoas ficarem acuadas e
seguirem o governo. É apagar a natureza humano-divina da nossa vida em Cristo.
É esse o objetivo, o fim do jogo. Nós precisamos ter sempre em mente o fim do
jogo. Para onde estamos indo? Qual é o fim?
Como cristãos ortodoxos, nós conhecemos o Alfa e o Ômega e,
portanto, não há desculpa para não entendermos os dias atuais à luz do fim dos
tempos e da eternidade. Se tivermos uma postura escatológica, estaremos
conscientes de onde estamos no grande papel da história e onde estamos quanto à
segunda vinda do nosso Senhor, não com datas e horários, mas pela observação,
com discernimento, dos sinais dos tempos. Nosso Senhor ordena que sejamos
assim, que sejamos atentos e vigilantes. Compreenderemos onde estamos nesse
processo da perda de fé na humanidade divina do nosso Senhor e do Seu corpo, a
Igreja. Portanto, precisamos estar atentos. Temos que estar em oração e sempre
vigiando.
O Inimigo procura distorcer a própria vida da Igreja, a vida
interior da Igreja. E trataremos disso e da luta que temos pela frente no nosso
próximo podcast. Espero que você se junte a mim.
Cristo ressuscitou!
Tradução: Cláudia Makia e Fernando Xavier
Tanscrição original: The Coronavirus Narrative and Its Demonic Methodology (artigo em inglês)
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