“Ofereci-me a Jesus, não como uma pessoa que deseja receber
sua visita para a própria consolação, mas, ao contrário, para dar prazer àquele
que se dá a mim.”
Não posso dizer que tenha recebido muitas vezes consolações
durante minhas ações de graças. Talvez seja este o momento em que menos as
tenho… Acho isso muito natural, pois ofereci-me a Jesus, não como uma
pessoa que deseja receber sua visita para a própria consolação, mas, ao
contrário, para dar prazer àquele que se dá a mim.
- Imagino
minha alma como um terreno livre; peço à Santíssima
Virgem para tirar os entulhos que o possam
impedir de estar livre.
- Em
seguida, suplico-lhe levantar ela mesma uma vasta tenda, digna
do Céu, que a orne com seus próprios adornos.
- Depois,
convido todos os Santos e Anjos a virem fazer um
magnífico concerto. Parece-me que, ao descer ao meu coração, Jesus fica
contente de se ver tão bem recebido, e fico contente também…
- Tudo
isso não impede que as distrações e o sono venham me
visitar.
- Mas,
ao sair da ação de graças, vendo que a fiz tão mal, tomo a resolução de
ficar o dia todo em ação de graças...
Referências
- Extraído
e levemente adaptado de “História de uma alma”, Manuscrito A, 80r.
In: Obras completas, escritos e últimos colóquios. São Paulo: Paulus,
2002, p. 157.
Notas
- A imagem acima, de um pintor anônimo do século XVII, retrata a “Comunhão de Santa Teresa” — mas a de Ávila, evidentemente, não a de Lisieux. Como esta também era carmelita, no entanto, e este trecho de sua biografia é sobre uma Comunhão sua, a obra ilustra bem o conteúdo do texto.
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