O Dever do cidadão Católico (Eleições 2022)


Uma das questões mais comuns daquelas que chegam aos sacerdotes e a leigos com maior conhecimento é aquela que diz:

“Como devo votar nesta eleição?”

Apesar da resposta parecer sempre óbvia e imediata, cabe aqui dar ao leitor os subsídios que sustentam a única resposta que deve ser fornecida a quem pergunta:

“Deve-se votar em candidatos que estejam em completa comunhão com o que a Santa Igreja Católica Apostólica Romana tem como verdade absoluta e inegociável”.

Para que se tenha 100% da certeza de que aquele que está do outro lado entenda perfeitamente, é importante e porque não dizer, vital, que tenhamos uma correta consciência do que significa a frase acima. Para tal, é necessário visitar os documentos da Igreja, o Santo Magistério e a Tradição da Santa Igreja de Cristo.

O que você encontrará neste artigo:

A responsabilidade Cristã

O que nos fala a Doutrina Social da Igreja Direito

Direito inalienável a Vida

Direito a Família

Direito a Propriedade

 Os sistemas políticos totalitários: Comunismo (a praga bate a nossa porta)

 O dever do católico na Política: As eleições

 A responsabilidade Cristã

A Tradição, unida por laços de sangue com o Magistério da Igreja, nos dá como verdade as direções que, como verdadeiros Católicos, cidadãos naturais e fiéis patriotas, devemos seguir. Observar estas direções e adotá-las como verdades em nossa vida é mais do que simplesmente um aconselhamento, mas sim ter na mente e nas mãos, a responsabilidade de que o destino da nação depende de todos nós. Nunca podemos nos limitar a acreditar que nossas decisões são apenas grãos de areia sem importância em uma praia enorme, mas sim, assumir que somos grãos de areia em uma praia que, sem que fizéssemos parte dela, ela não existiria.

Sim, somos diretamente responsáveis por nossas escolhas e pelo que elas representam para nossos filhos, parentes e para toda nossa comunidade. A soma destas comunidades é o país e a soma dos países é a raça humana, criada ela toda por um só Deus que nos deu a Terra como pátria a ser cuidadosamente sustentada. Assim, cabe a todos aqueles que se dizem católicos, conhecer perfeitamente o que a Igreja pensa sobre a ética Cristã a relação dela com a Política assim como praticá-la por amor a tudo aquilo que acredita e que deveria defender.

Chesterton, grande escritor e ensaísta inglês, com todo seu sarcasmo intelectualmente maravilhoso diz:

“O verdadeiro soldado luta não porque ele odeia o que está a sua frente, mas porque ele ama o que está atrás”

O que nos fala a Doutrina Social da Igreja?

A Doutrina Social da Igreja (DSI) tem seu nascimento com a Rerum Novarum do Santo Papa Leão XIII, papa que se preocupava com a situação social de muitos trabalhadores pobres, do campo, que migraram para as cidades e viviam de forma miserável. A partir desse momento, os ensinamentos sociais, que existiam no cristianismo desde o princípio, são organizados de maneira sistemática. As cartas sociais dos pontífices terão a Rerum Novarum como referência. Entre as muitas encíclicas sociais, destacam, as de São João Paulo II: Laborem Exercens (90 anos da Rerum Novarum), Sollicitudo Rei Socialis e Centesimus Annus (100 anos da Rerum Novarum).

Sua redação final em forma de compêndio, feita pelo Santo Magistério da Igreja, é entregue a São Joao Paulo II como instrumento com o objetivo de orientar, de forma definitiva, como devem se portar os verdadeiros Católicos e praticantes da fé da Igreja de Cristo, frente a diversas situações na sociedade em que se vive.

São muitos os pontos que, neste compêndio, são abordados e os que veremos aqui são aqueles que dizem respeito a nossa participação na Política, necessária e firme para que o reino de Nosso Senhor Jesus Cristo seja respeitado, venerado e, principalmente, seguido.

Na Encíclica «Centesimus annus» São João Paulo II sintetizou as indicações feitas pelos Papas Joao XXIII e Paulo VI, assim como no Concilio Vaticano II em um elenco de moralidade Católica quanto aos direitos humanos:

155… «o direito à vida, do qual é parte integrante o direito a crescer à sombra do coração da mãe depois de ser gerado; o direito a viver numa família unida e num ambiente moral favorável ao desenvolvimento da própria personalidade; o direito a maturar a sua inteligência e liberdade na procura e no conhecimento da verdade; o direito a participar no trabalho para valorizar os bens da terra e a obter dele o sustento próprio e dos seus familiares; o direito a fundar uma família e a acolher e educar os filhos, exercitando responsavelmente a sua sexualidade. Fonte e síntese destes direitos é, em certo sentido, a liberdade religiosa, entendida como direito a viver na verdade da própria fé e em conformidade com a dignidade transcendente da pessoa”.

No ponto 571 a DSI nos exorta a defendermos com coragem e determinação as verdades morais, concernentes a vida social em concordância com nossa fé:

571. “Buscar sinceramente a verdade, promover e defender com meios lícitos as verdades morais concernentes à vida social ― a justiça, a liberdade, o respeito à vida e aos demais direitos da pessoa ― é direito e dever de todos os membros de uma comunidade social e política”.

Direito inalienável a Vida

Um dos pontos mais importantes a serem defendidos como verdade moral estabelecida na Igreja é o direito à vida. Assim, o Aborto, eutanásia, suicídio assistido, pena de morte, estão em completo desacordo com o que a Igreja ensina ser inegociável direito humano.

118. “É social todo o pecado contra os direitos da pessoa humana, a começar pelo direito à vida, incluindo a do nascituro, ou contra a integridade física de alguém”

155. “O primeiro direito a ser enunciado neste elenco é direito à vida, desde o momento da sua concepção até ao seu fim natural, que condiciona o exercício de qualquer outro direito e comporta, em particular, a ilicitude de toda forma de aborto procurado e de eutanásia.

Em resumo, o aborto em qualquer fase da vida, representa uma deformidade moral e que deve ser combatida de todas as formas.

“Um católico será considerado culpado por cooperar com o mal, e não poderá receber a comunhão, se votar em um candidato político porque ele é a favor da eutanásia e/ou do aborto”. Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI)

Direito a Família

Ao homem deve ser garantido o direito a ter e viver em família, esta verdadeiramente constituída como Deus nos criou: “O Homem, a Mulher e os filhos”, dentro de padrões de moralidade que são conhecidos como formação “Judaico-Cristã”.

155. “o direito a viver numa família unida e num ambiente moral favorável ao desenvolvimento da própria personalidade”.

Assim, fica claro que o direito a família deve ser assegurado e nunca vilipendiado em função de pensamentos que podem ser denominados progressistas e que dão o nome de família a união homoafetiva de qualquer natureza.

Direito a Propriedade

A Santa Igreja também nos ensina, no compendio da DSI, que ao homem é assegurado o direito à propriedade privada. Esta, conquistada pelo trabalho digno, constitui direito essencial para aquele que busca na lei de Deus, constituir sua família e povoar a terra com a graça divina.

176. “Mediante o trabalho, o homem, usando a sua inteligência, consegue dominar a terra e torná-la sua digna morada: «Deste modo, ele apropria-se de uma parte da terra, adquirida precisamente com o trabalho. Está aqui a origem da propriedade individual. A propriedade privada, bem como as outras formas de domínio privado dos bens, «assegura a cada qual um meio absolutamente necessário para a autonomia pessoal e familiar e deve ser considerada como uma prolongação da liberdade humana […], constitui uma certa condição das liberdades civis, porque estimula ao exercício da sua função e responsabilidade. A propriedade privada é elemento essencial de uma política econômica autenticamente social e democrática e é garantia de uma reta ordem social.”

Não constitui direito aquele ato de tomada da propriedade mediante coação ou até violência por forças ou movimentos que se autointitulam defensores dos desvalidos desprovidos de terra.

Os sistemas políticos totalitários: Comunismo (a praga bate a nossa porta)

Dom Sigaud, no prefácio de seu famoso livro Catecismo Anticomunista, nos diz: “A Religião Católica é inimiga mortal do comunismo. O católico não pode ser socialista!”

Como definição do que é comunismo o mesmo D. Sigaud descreve o entendimento que o Católico deve guardar consigo: “O comunismo é uma seita internacional, que segue a doutrina de Karl Marx, e trabalha para destruir a sociedade humana baseada na lei de Deus e no Evangelho, bem como para instaurar o reino de Satanás neste mundo, implantando um Estado ímpio e revolucionário, e organizando a vida dos homens de sorte que se esqueçam de Deus e da eternidade.”

A doutrina comunista ensina que Deus não existe, que o homem é o centro de tudo e que “a religião é o ópio do povo.”

Apesar de haver tantas recomendações fielmente registradas nas obras de Santos Padres da Igreja (e há tempos), somos acometidos pela tão conhecida “fumaça” que entrou pela porta da Igreja e que proporcionou os discursos vagos e enganadores que deram origem a Teologia da Libertação, heresia de origem Comunista que leva tantos humildes a serem enganados, trocando o centro em Cristo pelo homem, claramente empurrando o “fiel” para o abismo do obscurantismo religioso em troca da falsa sensação de participação em uma comunidade que representa, ou pretende representar, uma “minoria”. A falácia fica alicerçada em uma ideia de que aqui se faz mais pelos excluídos, levando o incauto a sensação de que se luta pela justiça social.

Infelizmente, há sacerdotes que aderem a este caminho dando as costas os documentos da Igreja, aos Santos Padres, às verdades da fé, adulterando de forma pecaminosa as palavras de Cristo, impondo um relativismo dignos dos escritos de Adorno e Marcuse e que levaram o Marxismo Cultural da escola de Frankfurt como estratégia para a implosão do ocidente, diga-se de passagem, em pleno curso pelo que é possível constatar ao analisar o que vem ocorrendo na Europa. Pior ainda abaixo da linha do Equador onde Países da América do Sul simplesmente sucumbiram diante da invasão da praga Marxista naquelas terras.

Mais do que isto, ainda encontramos em pleno vigor uma ameaça que nos circunvizinha chamada Foro de São Paulo que visa instituir um cordão Comunista na América do Sul. Esta “comunidade” foi criada por brasileiros, espalhada como uma virose pelo continente Sul-Americano e é alimentada pelos partidos comunistas e socialistas para suprir as necessidades insanas das ditaduras instaladas neste continente, levando a morte, fome, violência e devassidão.

Após termos visto aqui que a Igreja através do seu Santo Magistério representado em seus escritos, fica claro que um Católico, Cristão e que realmente ama a Igreja de forma fiel e real deve sempre estar alerta para somente votar em candidatos que apresentem, em sua plataforma ou em seu estatuto partidário, as seguintes pautas:

O dever do Cristão Católico na Política: As eleições

 – Defesa da Vida desde a sua concepção – NUNCA ao aborto!;

– Defesa da Propriedade Privada;

– Defesa da Família Natural, constituída pelo Homem como Pai, a Mulher como Mãe e a Prole;

– Defesa das Instituições Policiais e Militares como reguladoras do poder;

– Defesa de projetos que foquem a Saúde, Educação e Segurança sem viés ideológico;

– Defesa do Livre Mercado e da Iniciativa Privada;

– Combate a Ideologia de Gênero em sua totalidade;

– Combate a Liberação das Drogas;

– Combate ao crime e suas organizações;

– Combate ao Comunismo-Socialismo e suas representações;

– Combate às Ditaduras Comunistas-Socialistas de países vizinhos, e que estão presentes no Mundo.

Somente através de uma fé forte, alimentada pela verdade, é que o Católico estará preparado para reconhecer as ameaças que se apresentam de forma tentadora nas falas de políticos profissionais   e rechaçar as insidias do sagaz senhor das trevas.

Deo Gratias!

Artigo extraído do site: Ordem Terceira do Carmo

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