Os fatos centrais do Sínodo da Amazônia: Um dia de brisa santa em Roma


Roma, 10 de outubro de 2019

OS LEIGOS têm mais para você hoje

O terceiro boletim desde Roma, Os Leigos nos informam e comentam estes e outros fatos que estão acontecendo por lá:

A voz de Esperança do Cardeal Sarah
Qual é dessa tal "Teologia Indígena"
Preparativos para as canonizações
Resumo do dia 10/10 em Roma
Cacique desmente narrativa indigenista


UMA VOZ DE ESPERANÇA DENTRO DA AULA SINODAL!

No dia 7 de outubro o Cardeal Sarah concedeu uma entrevista ao jornal italiano, Corriere Della Sera. Na entrevista ele apresenta uma opinião diferente daquela que está sendo propagada em uníssono pela sala de imprensa do Vaticano.

Ele diz: “Este sínodo tem um objetivo específico e local: a evangelização da Amazônia. Receio que alguns ocidentais estejam aproveitando esta assembleia para avançar seus planos”

“Além disso, fiquei chocado e indignado que a angústia espiritual dos pobres na Amazônia fosse usada como desculpa para apoiar projetos típicos do cristianismo burguês e mundano”, enfatizou o prelado africano que participa do Sínodo por ser chefe do Dicastério encarregado da Liturgia e do Culto Divino.

O cardeal Sarah, que abençoou o trabalho da equipe do Os Leigos, chamou a proposta de combater a escassez de padres na Amazônia com ordenação de homens casados ​​e respeitados (os chamados viri probati) como algo "teologicamente absurdo" e disse que isso implica "uma concepção funcionalista do sacerdócio".

“Esses pontos tocam a estrutura da Igreja universal. Aproveitar a introdução de planos ideológicos seria uma manipulação indigna, um engano desonesto, um insulto a Deus, que guia sua Igreja e confia a ela seu plano de salvação”, afirmou.

Ele acrescentou que ordenar homens casados ​​"significaria, na prática, questionar a natureza obrigatória do celibato”.

“Pergunte a si mesmo por que não há mais pessoas dispostas a dar tudo por Deus, pelo sacerdócio e pela virgindade. Em vez disso, preferimos pensar em criar manobras, com a presunção de que elas podem ajudar a resolver problemas enormes de justiça.”

"E, francamente, não me parece que as igrejas onde o celibato sacerdotal não exista hoje sejam muito mais prósperas que a Igreja Católica, se esse for o objetivo".

Agora fica claro? Para nós, ou talvez para os indígenas, certamente. Para alguns bispos que sentam-se diariamente com o Cardeal Sarah, parece que ainda não...


A TEOLOGIA AZUL

Ontem durante o briefing de imprensa do sínodo, o Prelado emérito do Xingu, Dom Erwin Kräutler, afirmou que os indígenas não são capazes de compreender o Celibato e não conseguem conceber um homem que não se una a uma mulher.

Kräutler contou uma historinha narrando que, quando dizia aos índios que não esposa, eles se sentiam tristes por ele. O bispo Kräutler, que há anos postula a tese do diaconado feminino e do sacerdócio para homens casados, afirma que não há outra maneira da Igreja Católica atuar na Amazônia a não ser permitindo o acesso de mulheres e casados ao sacerdócio, contrariando séculos de prática na Igreja. Parece que quem não entende o celibato aqui é ELE, Kräutler, não os índios, que pelo que nos consta há 500 anos recebem homens e mulheres célibes entre si com honra e respeito.

Talvez o agora emérito esteja passando demasiado tempo vendo filmes como "Avatar", no qual os nativos são seres em perfeita harmonia com seu ambiente, praticamente como os anjos, sem culpa de pecado original e que nem precisam do Evangelho para se realizar. Talvez um pouco mais de leitura bíblica e menos Avatar fizesse bem aos cérebros de gente como o prelado... Jesus mesmo disse no Evangelho: quem queira seguir-me deixe casa, mãe, esposo e esposa e receberá o cem por um.

Aliás, se os Indígenas não compreendem uma realidade tão essencial para a fé católica como o celibato para a disponibilidade e entrega total, qual será o fruto dessa “Teologia Indígena” de que tanto falam durante todo o sínodo??? Uma teologia que parte de seres incapazes de compreender aquilo que São Paulo dizia: “para mim o viver é Cristo”, logo, não podem entender o Cristo que foi ELE MESMO célibe, assim como sua Mãe.

Aqui na Itália, o Cardeal Müller disse em uma entrevista para o jornal “Il Foglio”, que ele acusava o Sínodo da Amazônia de expulsar Jesus da reflexão dos bispos e adverte que o Senhor “deu a vida pela salvação dos homens, não do planeta”.

“O celibato sacerdotal só pode ser entendido no contexto da missão escatológica de Jesus, que criou um novo mundo. Houve uma nova criação. Com as categorias de secularismo, você não consegue entender a indissolubilidade do casamento, assim como o celibato ou a virgindade das ordens religiosas. Tampouco esses problemas podem resolver problemas que têm sua origem exclusivamente na crise da fé. Não se trata de recrutar mais pessoas para administrar os sacramentos, mas é necessária uma preparação espiritual, é necessário entrar na espiritualidade dos apóstolos."

Então vamos lá, quem não entende o celibato aqui? Dom Erwin que se gaba de não batizar os indígenas ou os indígenas que CLAMAM pelo batismo depois de ouvir o anúncio evangélico...? Os leigos recomendam: mais Evangelho e menos Avatar.


 

 

Hoje foram colocados na frente da Basílica de São Pedro os retratos dos que serão canonizados neste domingo, incluindo o da beata Dulce Lopes Pontes, a primeira santa brasileira.

Fotos: Daniel Ibañez/ACI Digital

ROMA E A BRISA SANTA

O resumo do dia 10/10 no Centro da Cristandade

A equipe d'Os Leigos chegou hoje em Roma e deparou-se com uma agradável surpresa. À brisa suave que pairava sobre a cidade eterna, flamejavam na fachada da Basílica de São Pedro os estandartes com os retratos dos beatos que serão canonizados pelo Papa Francisco no domingo, dia 13, em uma missa em plena Praça de São Pedro.

Que linda experiência... em meio do caos, sentir a brisa da santidade soprando e a imagem de gigantes da fé ondulando à vista dos passantes e dos padres sinodais recordando que eles estão, sim, LÁ EM CIMA, no Céu.

E, se alguns dos nossos compatriotas bispos e padres sinodais aqui na Itália andam envergonhando o Brasil, uma freira baiana nos enche de orgulho: junto aos futuros santos, lá estava a Beata Dulce dos Pobres.

Poucos conhecem este aspecto da vida da Irmã Dulce, mas ela JAMAIS flertou com a Teologia da Libertação para levar adiante uma obra de ajuda até hoje os pobres, os órfãos e os enfermos. Pelo contrário! Mandou catar coquinho da Bahia muito bispo e padre esquerdista ao longo de sua vida...

Voltando ao resumo do dia, poderíamos dizer que se a fala de Dom Erwin Kräutler ontem defendendo o diaconato feminino e os viri probati causou uma tempestade midiática, podemos dizer que o briefing confirmou a previsão de pancadas isoladas de heresia na Cidade Eterna. E foi o que aconteceu...

Falando especificamente da Conferência de Imprensa na Sala Stampa, tivemos a grata surpresa de ouvir boas declarações da parte dos entrevistados. No briefing de hoje, como sempre moderado por Cristiane Murray e sob o cuidado de Paolo Ruffini, Prefeito para o Dicastério da Comunicação do Vaticano e o Pe. Giacomo Costa, também membro deste dicastério, estiveram os bispos:

S.E. Dom Wilmar Santin, O.CARM., Bispo Prelado de Itaituba (Pará);
S.E. Dom Medardo de Jesús Henao Del Río, M.X.Y., Vigário Apostólico de Mitú (Colômbia)

Os dois se saíram bastante bem doutrinalmente na opinião da nossa equipe.

O colombiano, Dom Medardo de Jesús disse uma frase interessante: "não podemos sacralizar tudo o que é indígena, nem tampouco demonizá-lo". E ele está certo! A ênfase que fez no fato de que entre as culturas indígenas se encontra o que São Irineu chamou de as SEMENTES do Verbo mas não a plenitude da Revelação, quase arrancou aplausos dos Leigos. Como sabemos pela fé, a plenitude da Revelação está contida na Igreja Católica, nas Sagradas Escrituras e na Tradição.

Destaque para o brasileiro, Wilmar Santin, que pareceu-nos um homem de um coração missionário que deixaria orgulhosa a fundadora da Ordem Carmelita, da qual ele é membro. Este deve ser dos Carmelitas que passam de olhos fechados pela Via Della Concilliazione, para não ver o que seus confrades estão permitindo na igreja de Santa Maria in Via Traspontina, onde pajelanças diárias ocorrem diante do altar do Sacrifício da Missa para o aplauso de muitos. Uma balbúrdia já denunciada pelos Leigos.

Dom Wilmar questionou os presentes, especialmente os europeus dizendo que estes se escandalizam com muita facilidade ante o fato do infanticídio de índios na Amazônia, mas não se indignam tanto diante de hospitais em lugares “civilizados” (como aqui na Itália) que praticam legalmente milhares e milhares de abortos todos os anos e que são verdadeiros matadouros.

Muito bem, Dom Wilmar! Esperemos que assim como S. E. defende a vida humana na Sala Stampa, defenda com o mesmo vigor a nossa doutrina contra os ataques provenientes de alguns de seus irmãos bispos na Aula Sinodal.

Por hoje é só! Até o nosso próximo boletim!


ÍNDIO DE VERDADE

Na entrevista que concedeu para Os Leigos o Cacique Jonas Marcolino, da tribo dos Macuxi, conta que de 1975 até 1981 houve muito investimento em infraestrutura na área onde se encontra a reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Quando, porém, foram realizadas as demarcações das terras da reserva, as vilas de habitantes não indígenas e fazendas produtoras foram expulsas do local. Isto, segundo Marcolino, foi feito de acordo com as normas do estatuto do índio, que diz que as terras devem ser destinadas a habitats silvícolas com meios suficientes para a sua própria subsistência.

Jonas afirma que a reserva não tem os meios suficientes para a subsistência dos índios. Eles querem ter liberdade econômica para que assim possam investir em agropecuária e lavoura. Querem investimentos em suas escolas, estradas e também na energia elétrica, que hoje vem do país vizinho em crise, a Venezuela.

O Cacique termina dizendo que todos os  índios não são ouvidos e assim as grandes decisões relacionadas às reservas são feitas por ONGs e organizações internacionais, como Fundação Ford. Lamentável.

Vejam no vídeo abaixo a entrevista completa:



O SANTO MISSIONÁRIO

O dia de São Daniel Comboni é 10 de outubro. Este santo missionário foi canonizado por um milagre operado devido sua intercessão que salvou a vida de uma menina brasileira.

Que ele possa servir de inspiração para que os padres sinodais busquem a verdadeira evangelização na Amazônia.

Com informações de Os Leigos
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