A solidão e o silêncio

“Procurai viver sempre no silêncio e na esperança”.
Vivemos em uma sociedade pós-moderna, onde reina o
hedonismo, o narcisismo, relativismo, subjetivismo e o consumismo. Os valores
cristãos estão sendo detonados. Na sociedade pós-moderna com seu pluralismo, os
elementos sadios estão paulatinamente deteriorando.
A nossa sociedade está bastante doente devido à primazia que
se dá ao monstro do barulho. Vivemos em uma zoada danada que nos leva a
neurose. O sistema pensou e continua pensando e trabalhando para eliminar a
riqueza da solidão, do silêncio, da meditação e da oração.
A nossa sociedade alienada e manipulada tem medo da solidão.
Quando se fala de solidão, é entendido por muitos como doença psicológica ou
algo muito esquisito. Solidão não tem nada haver em ser solitário e nem tão
pouco com o fator patológico. Assim também o silêncio não tem nada a ver com o
mutismo. Na ascese da espiritualidade cristã a solidão não é isolamento e nem
prisão, é, sim, a total liberdade do corpo, da mente e da alma. É o gozo e a
felicidade abissal da graça em viver tal vocação. O silêncio é o estado da alma
na escuta profunda da transcendência divina. Esse silêncio é o canal interior
da melodia angelical e o louvor celestial que musicaliza todo o nosso ser. No
silêncio como na solidão estamos muito bem acompanhados com a Santíssima
Trindade e as miríades angelicais.
A solidão, o silêncio e a contemplação são práticas da rica
espiritualidade cristã. Nessa dimensão encontramos a cura para a alma e do
corpo, o profundo conhecimento de nós mesmos, do próximo e a intimidade ardente
com o Senhor Deus.
A solidão mística está abissalmente no ser humano faminto de
Deus.
Escritos de Santa Teresa, mística e doutora da Igreja
Tags:
Espiritualidade