Seis condições para a oração correta



Outra condição muito necessária para rezar é a esperança.

Pois ainda que pela fé, que é consequência da compreensão, nós não acreditemos que Deus atenderá nossos pedidos; pela esperança, que é um ato de desejo, podemos firmemente nos apoiar na bondade divina e termos confiança que Deus poderá nos atender.

Esta condição Deus requer do paralítico, para quem diz: Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados [Mt 9, 2].

O mesmo pede o apóstolo para todos, quando diz: Aproximemo-nos, pois, confiantemente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno [Heb 4, 16].

E muito antes dele, o profeta apresenta Deus, falando: Quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele [Sl 90, 15].

Mas como a esperança brota da fé perfeita, quando a Escritura requer fé nas grandes coisas, ela acrescenta algo sobre esperança.

Assim lemos em São Marcos: Em verdade vos declaro: todo o que disser a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre [Mc 11, 23].

Que a fé produz confiança, podemos entender destas palavras do apóstolo: mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas [1Cor 13, 2b].

João Cassiano escreve em seu Tratado sobre a Oração que um sinal certo que nossos pedidos serão atendidos, ocorre quando em oração, nós não duvidamos que Deus certamente nos atenderá, e não hesitamos de nenhuma maneira, mas derramamos nossas orações com alegria espiritual.

Por São Roberto Belarmino

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