Rezemos para que o progresso da robótica e da inteligência artificial esteja sempre a serviço do ser humano.
Papa Francisco – Novembro 2020
A inteligência artificial está na raiz da mudança de época que estamos a viver.
A robótica pode tornar possível um mundo melhor se estiver unida ao bem comum.
Porque se o progresso tecnológico aumenta as desigualdades, não é um progresso real.
Os avanços futuros devem estar orientados para o respeito pela dignidade da pessoa e da Criação.
Rezemos para que o progresso da robótica e da inteligência artificial esteja sempre a serviço do ser humano… podemos dizer, que “seja humano”.
Progresso real
Não é novidade que, nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) avançou de forma exponencial, como fica evidenciado por suas múltiplas aplicações em diferentes áreas do conhecimento. Hoje 37% das organizações no mundo implementaram IA de alguma forma (representando um aumento de 270% nos últimos quatro anos).
O Papa Francisco esclarece que esse avanço, como o da robótica, “pode tornar possível um mundo melhor se estiver vinculado ao bem comum”. Nesse sentido, ele espera um progresso tecnológico que não aumente as desigualdades na sociedade, pois do contrário não seria um “progresso real”, que leva em consideração a dignidade da pessoa e o cuidado com a Criação.
A inteligência artificial é capaz de resolver muitas questões que têm o ser humano como centro: entre outras, pode avaliar a capacidade de aprendizagem dos alunos para detectar oportunidades de melhoria; pode ajudar pessoas com deficiência visual ou auditiva a desenvolver melhores ferramentas de comunicação (como conversão de texto em fala ou tradução de fala em texto); ou pode agilizar a coleta, o processamento e a disseminação de dados e informações de saúde para melhorar o diagnóstico e o tratamento dos pacientes, especialmente aqueles que vivem em áreas remotas. O mesmo acontece no campo da ecologia: por exemplo, graças à inteligência artificial é possível analisar dados sobre as mudanças climáticas e desenvolver modelos que podem ajudar a prever desastres naturais. Também serve para criar cidades inteligentes e sustentáveis: reduzindo gastos urbanos, melhorando a resiliência das estradas e aumentando a eficiência energética, entre outras questões. As possibilidades de usar o progresso para o bem comum são enormes, e este vídeo, feito com imagens da ENEL e do Instituto Italiano de Tecnologia, mostra algumas delas.
A serviço do ser humano
“A inovação”, diz o CEO da Enel, o engenheiro Francesco Starace, “disponibilizou ferramentas extraordinárias que devemos ser capazes de usar da melhor maneira possível. Como o Papa Francisco reafirma, é nossa tarefa garantir que os benefícios resultantes sejam distribuídos de forma equitativa e gerem oportunidades e bem-estar. Para nortear positivamente nossas ações e escolhas em relação ao presente e ao futuro, é necessário colocar o respeito às pessoas e ao meio ambiente em primeiro lugar, adotando uma visão baseada na sustentabilidade. Só assim a evolução tecnológica pode ser uma aliada da humanidade e gerar oportunidades que até poucos anos atrás nem imaginávamos”.
O Pe. Frédéric Fornos S.J., Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, observa: “A transformação de nossas sociedades também transforma o nosso trabalho. São mudanças rápidas que devem ser acompanhadas para que sejam para o bem de todos. Esta intenção de oração reforça a ideia de que o benefício que a humanidade obteve (e continuará a obter) com o progresso tecnológico deve sempre contemplar também um ‘desenvolvimento adequado de responsabilidades e valores’. Assim afirmava o Papa em suas encíclicas Laudato si e, agora, na Fratelli tutti: ‘Como seria bom se, ao aumento das inovações científicas e tecnológicas, correspondessem também uma equidade e uma inclusão social cada vez maiores!’. Sabemos que a inteligência artificial, a robótica e outras tecnologias abrem grandes desafios para a ética e a justiça social. É por isso que o mais recente pedido do Papa é importante: rezar para que o progresso seja sempre humano”.
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