Santo Alberto de Jerusalém, Bispo e Legislador da nossa Ordem
Santo Alberto nasceu na cidade de Castel Gualtieri,
(Itália), por volta do ano 1149. Entrou para os Cônegos Regulares de Santa
Cruz, vindo a ser Prior Geral da Congregação. Foi depois bispo de Bobbio e
Vercelli. A sua fama de santo tornava-o querido aos olhos dos papas,
imperadores, reis, bispos e de todo o povo, que o venerava como santo que tinha
o dom de estabelecer a paz entre os desavindos.
Por morte do Patriarca de Jerusalém, foram unânimes os
bispos, príncipes e o povo, em escolher para bispo de Jerusalém Santo Alberto.
O Papa teve que insistir muito para que aceitasse este cargo, que mais do que
honra, era carga pesada, devido às dificuldades de toda a espécie, em que se
encontrava o reino de Jerusalém.
Embarcou para a Terra Santa no ano 1205, sendo o seu
Patriarca de 1206 a 1214. Chegado à Terra Santa, fixou residência na vertente
do Monte Carmelo.
Brocardo, então prior dos carmelitas, pediu ao Patriarca
Alberto que lhes desse uma norma de vida. De bom grado Santo Alberto a
escreveu, insistindo sobretudo na meditação da Palavra de Deus para melhor
servir Jesus Cristo, na oração, silêncio, mortificação e trabalho, tornando-se
assim no Legislador da nossa Ordem. Por isso, e apesar de não ter sido
carmelita, a Ordem do Carmo representa-o nas suas imagens vestido de carmelita
e com a Regra na mão.
Quando, no dia 14 de Setembro de 1214, presidia em São João
de Acre, aos pés do Carmelo, à procissão da Exaltação da Santa Cruz, foi
barbaramente assassinado, apunhalado pelo Mestre do Hospital do Espírito Santo,
a quem Santo Alberto havia repreendido e deposto do cargo devido à sua má vida.
SUA ESPIRITUALIDADE
Pelos anos 1206-1209, à petição dos eremitas que moravam no Monte
Carmelo, entregou ao “irmão (Brocardo) e companheiros” uma Norma de Vida ou
Regra, que chamamos “Regra de Santo Alberto”.
Alberto codificou em breves traços, ricos em citações
bíblicas, a tradição monástica do Carmelo. São normas concretas e preceitos
disciplinares. Insiste, sobretudo, na meditação da Palavra de Deus para melhor
servir a Jesus Cristo, na oração, silêncio, mortificação e trabalho.
A entregou em um só corpo, porém hoje a temos dividida em um
prólogo, dezoito capítulos e um epílogo.
Quantidade enorme de autores de dentro e de fora da Ordem
tem comentado durante estes mais de sete séculos que conta de existência este
maravilhoso documento legislativo-espiritual.
Muitos homens e mulheres se santificaram observando esta
Regra, que foi aprovada e recomendada por vários Pontífices.
O hino do Ofício das Leituras de sua festa sintetiza sua
espiritualidade
“Alberto, sol refulgente, / pastor e legislador, / teus
filhos hoje te celebram, / escuta sua invocação. / Da paz e a concórdia,
mensageiro e confessor, / és farol que nos dás / em fé e costumes fulgor. /
Pátrias fronteiras transborda / de tua virtude o cheiro; / e cheia Jerusalém /
tua dignidade e tua honra. / resplandecendo na Igreja/santo e prudente reitor,
dando santa Regra ao Carmelo / o guias por sendas de amor. / Faz que em nós
aumentem / caridade, graça, oração; / e contigo a Deus rendamos / sempiterna
adoração”. Amém.