Que o silêncio te guarde do mal

A pedra será sempre pedra, mas eu, para ser quem sou, preciso de orientar o que penso, digo e faço no sentido de me construir, apesar de tudo o que se passa à minha volta.
No meio de toda a confusão do mundo, as flores não deixam de florir. Não para serem mais belas, mas apenas para serem o que são.
As desgraças maiores não são aquelas que acontecem em nosso redor, mas as que deixamos entrar em nós e nos corroem a vontade de amar e ser felizes.
O que me anima? Acreditar que apesar de não ter poder para mandar no mundo à minha volta, posso mandar em mim e escolher um pedaço do mundo onde há paz e fazer desse lugar a minha morada. Anima-me ser capaz de dar paz a mim mesmo, quando tudo à minha volta está em guerra... Há algures em mim uma luz que é mais evidente quando tudo está escuro... é pequena, mas nunca se extingue. Há quem se revolte por este pequeno lume não ser uma fogueira enorme, mas a luz que me protege é capaz de pegar fogo e queimar todo o mal em mim, se eu quiser mesmo que assim seja!
Quantas desgraças na minha vida não são culpa do medo do silêncio?
A vida exige-nos que soframos com paciência e em silêncio.
Quando faço silêncio em mim e em torno de mim, descanso e encontro cura para muitos males.
Procura compreender o silêncio. Sem isso, nunca entenderás a profundidade do que os outros te dizem quando te amam.
Por José Luís Nunes Martins
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Reflexões